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PopBlog
segunda-feira, 11 de março de 2024
domingo, 10 de março de 2024
O Livro Dos Nomes Perdidos
Dela Marmy apresentou no Salão Brazil em Coimbra o seu primeiro álbum denominado de “Acaso”, antes deste havia publicado dois eps em inglês. Surgiu com um quarteto em que se encontrava uma teclista, baixista, guitarrista, baterista, mas quem brilhou ou tinha esse poder de brilhar foi a Dela Marmy com uma voz envolvente, a cantar em português durante quase todo o concerto (excepto em duas ocasiões), que atraiu o ouvinte e o transportou para outros mundos e estes eram encantatórios que nos remetiam para essa outra dimensão onde se celebrava um prazer inexcedível. Para além da forma como se movimentava em palco e fora dele, isto é, a dançar libertando-se das amarras que o palco impõe, ela ocupou o espaço vazio celebrando uma felicidade contagiante. Há ainda a realçar a cordialidade e a doçura seja quanto cantava e se expressava dessa forma ou quando dançava, um e outro estão irmanados para abrilhantar o espectáculo e oferecer-lhe uma honestidade sem limites, de quem se entregava sem qualquer calculismo, seja de que ordem for. Há em Dela Marmy um novo universo que musicalmente passa por exemplo pela MPB ou pela pop portuguesa da década de oitenta do século passado, isto sem preconceitos de qualquer ordem. Dela Marmy é um diamante que se delapida ao vivo diante dos nossos olhos que testemunharam o nascer de uma nova mulher que é incrível não só na expressão corporal mas pelo seu canto de sereia que tanto enamoraram os piratas mais cruéis e sanguinários, ela chegou para transformar os corpos em almas e para que estes sejam seres livres, tais anjos.
Dela Marmy, Acaso, 9 de Março, Salão Brazil, Coimbra.
terça-feira, 9 de janeiro de 2024
segunda-feira, 8 de janeiro de 2024
In a Yellow Wood
A “Valsa dos Detectives”
surge no ecrã aquando da gravação do “In Vivo” no Coliseu dos Recreios que
decorreu em 1990, esta introdução não deixa de ser arrebatadora. A partir de
aqui há uma sucessão de canções que são executadas de forma exemplar pelos GNR seja
o “Sub 16” ou “Vídeo Maria” dois clássicos que levam o público, que lota o
Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, a aplaudir e a cantarolar.
“Eu Não Sou Assim” (a nova canção) é entregue com uma angústia que a faz vibrar
de forma negativa e paradoxalmente positiva, Rui Reininho canta como se
estivesse a narrar as diferenças de uma personagem que não encontra na
sociedade um encaixe. E os clássicos sucedem-se “Asas”, “Pronúncia do Norte”, “Popless”,
“Nova Gente”, a primeira é uma balada que é amada pelas rádios, a segunda é um
dos hinos da região norte do nosso país, a terceira de uma mestria pop com a
qual não há equivalência com outras canções pop, e a última de uma ironia
sublime. A versão de Erasmo Carlos e Roberto Carlos “Inferno” ganha ao original
em ritmo pois é mais acelerado e consequentemente a sua pop tropical fica ainda
mais tórrida. A recta final do concerto
inicia-se com a dramaticamente negra “Bellevue”, seguindo para o holocausto de
quem declara “Morte ao Sol” ou a psicadélica “Las Vagas” e ainda a ibérica
“Sangue Oculto” em que o que predomina é o rock. Os GNR não abandonam o palco,
isto é: Toli César Machado e Jorge Romão e Rui Reininho, acompanhados por
Samuel Palitos e Rui Maia, porque entram em cena dois coros mistos Canticus
Camerae e o Grupo David Sousa para abrilhantarem “Mais Vale Nunca” acentuando a
sua vertente pop, “Efectivamente” sublinhando a lírica que une universos
diversos e distintos, “Ana Lee” revelando o seu exotismo pop, “Dunas” que ganha
força na narrativa de canção pop. Os GNR finalizam o primeiro concerto do ano
abraçados ao Mestre e à Mestrina dos respectivos coros sob uma forte dose de palmas
que celebram quarenta e três anos de carreira que de uma forma ou de outra há
um heroísmo neste percurso que nem sempre foi fácil pois a comunicação entre a
banda e o seu público pecou por vezes por defeito.
GNR, 7 de Janeiro, Centro
de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, Figueira da Foz.
domingo, 17 de dezembro de 2023
sábado, 16 de dezembro de 2023
Até Amanhã
A noite no Salão Brazil
em Coimbra é de celebração pois está em causa uma apresentação por três bandas
da coletânea “Coverbilly Psychosis- A Tribute To Tédio Boys”, e essas são por
ordem de entrada em palco: o Peter Suede, Birds Are Indie, Wipeout Beat. O
primeiro é um jovem aspirante à rocker mas faltam-lhe canções que fossem
originais, e não meras cópias de singles de sucesso de outras bandas tão
dispares quanto The Cure ou Guns and Roses, apesar da sua performance e dos
seus comparsas ter sido irrepreensível.
Birds Are Indie demonstram
que são a banda pop de Coimbra, e isto para assinalar a excelência com que
executam as canções tal como a eloquência das melodias que arrebataram inúmeras
consciências, a somar a isto ainda há a inclusão do funk como elemento
predominante que fez abanar algumas ancas.
Wipeout Beat apresentaram
o seu rock oriundo de teclados velhos e gastos dos quais retiram o Kraut, sonicamente
poderosos de tal forma que aparentam que se fundem com os teclados e o Pedro
Antunes com a guitarra, são homens máquina que delegam ao ouvinte a capacidade
da ausência e paradoxalmente da presença, e é nesta interface que se instaura
uma loucura sónica que se espraia e liberta os corpos de grilhões invisíveis.
"Coverbilly Psychosis- A Tribute To Tédio Boys!!!", 16 de Dezembro, Salão Brazil, Coimbra.
domingo, 29 de outubro de 2023
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