domingo, 27 de fevereiro de 2011

Unknown Pleasures

A noite está amena, o rio Douro encaminha-se para o mar como se fosse uma substância ilícita, por entre a qual as lampreias sobem para desovar para depois voltarem à origem onde irão morrer. O condutor conhece as ruas estreitas do Porto como se fossem as suas artérias e a angústia de um eventual desvio, que nos poderia custar o jantar, desvanece-se. A Casa da Música apresenta a segunda edição do ano do Clubbing, como cabeça de cartaz Peter Hook conhecido por ter pertencido aos Joy Division e aos New Order. Enquanto esperamos próximo de um dos bares, por amigos que já deveriam ter comparecido, Rui Reininho está à porta vestido de blazer verde-claro e calça da mesma cor, mas mais escura. O Rei condecora a Casa da Música com a sua presença nesta noite festiva, e este galardão é de todo merecido. Seria interessante aproveitar a presença do Rei, para Lhe conceder um espaço onde pudesse analisar performances de outros músicos, ou, entrevistar figuras com as quais escreveu a história da música pop, há inúmeras possibilidades que podem ser exploradas de forma a não se sobrepor ao intelectual da rádio e da TV do futebol, Álvaro Costa. Este discorre, como faz sempre, isto é: rapidamente e superficialmente, sobre o trabalho videográfico do fotografo holandês Anton Corbjin. Autor da última fotografia aos Joy Division, sobre a qual há quem alegue que era premonitória, já que os músicos encontram-se de costas e deslocam-se no interior de um túnel, o único que olha para trás é Ian Curtis. O rosto do compositor e cantor é branco-mármore mas tudo à sua volta é predominantemente preto, e a luz que emana do túnel, é a intermediaria entre o presente e o além. Esta simbologia bíblica perpassa a obra videográfica de Anton, que ao transformá-la como o seu principal eixo comunicante, pretende atingir o inconsciente, já que o senso comum é susceptível a este discurso, porque o reconhece como familiar. A sala Suggia está repleta de cores negras de todas as idades, que estão sentados a ouvir os Gala Drop, estranha escolha para fazer a abertura a Peter Hook, pois o colectivo português incide sobre um prog-psicadélico, repleto de tiques jazzisticos, se estes fossem mais expressivos talvez o concerto fosse menos monótono. Erguem uma bandeira negra, sobre a bateria, com gráficos lineares que se distorcem no centro formando montanhas, no topo consta a inscrição “Unknow Pleasures”, sob o gráfico: “Manchester- England”, a localidade e o país de onde Hook é originário. Quando a primeira canção é executada, ainda se dá um desconto à falha constante da voz, mas o segundo e terceiro tema acentuam a deficiência oral por parte de Peter Hook, que está acompanhado por um guitarrista genial e um baterista tão perfeito quanto o original. Ao sétimo tema as pessoas tomam de assalto a parte da frente do palco, e Hook perde a voz, é incapaz de se abstrair da presença do público e expressar-se através das palavras escritas por Ian Curtis. Após o seu suicídio a 18 de Maio 1980, poucos dias antes de embarcarem na primeira digressão americana, os restantes elementos decidiram prosseguir, mas tinham dois dilemas: mudar de nome, e conseguir um outro vocalista. Mudaram para New Order, acentuaram a carga electrónica que era apenas um pormenor imposto pelo produtor Martin Hannett, e após fazerem uma audição às capacidades de cada um dos membros dos New Order, optaram por Bernard Summer. Enquanto oiço Peter Hook a esganiçar-se, a levantar o braço direito como se fosse o ponteiro de um relógio, percebo o porque de ter sido preterido como front-man, o seu lugar é de side-man, a sua voz é o baixo e quando este sola ouvem-se pontualmente os Joy Division. Peter Hook ao encetar esta digressão que marca os trinta anos da edição de “Unknown Pleasures”, sem fazer qualquer menção oral sobre os seus colegas, inscreve-se no grupo dos mortos-vivos, nos quais tem a companhia dos Big Country, Thin Lizzy ou INXS, bandas que perderam os seus lideres e que optaram por recrutar um cantor para prosseguir a sua carreira. Após “Love Will Tears us Apart”, já as outras salas estavam encerradas, a única opção é subir ao Restaurante que se transveste de discoteca e a música é debitada por Dj Kitten, com forte pendor electro, algo que anima a fauna onde circulam algumas pérolas negras, são as mais raras, mas a mais complexas de atrair. Para aceder ao pátio, há um túnel de luzes néon brancas, o chão é a preto e branco, podemos ver a rotunda da Boa Vista e toda massa urbanística que a rodeia, e quando se olha para o céu sobressai uma estrela: Curtis, Ian.

Clubbing= Álvaro Costa, Peter Hook, Dj Kiten, 26 de Fevereiro, Casa da Música @ Porto

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Chelsea Hotel

Entra um homem baixo, com calças justas e um casaco de militar do leste, contudo a cor é mais escura. Tem o cabelo branco e com uma franja pintada de cor-de-rosa, é entroncado, uma pêra fina e branca. Senhoras e Senhores: John Cale, o colega de Lou Reed, Sterling Morrison, Maureeen Tucker, e amante da junkie angélica Nico, e Andy Warhol, Factory. Aterrou em Nova Iorque no ano de 1963 em que os americanos mataram Kennedy em Dallas. Os Estados Unidos estão em guerra com o Vietname, descarregavam bombas em Laos, alegando que haveriam vietnamitas, a extrema-direita no seu mais alto grau de pureza. As palmas eclodem no Teatro Académico Gil Vicente, Cale aproxima-se do teclado e a primeira canção é industrial, mas desconstruído, a sua voz é processada e as palavras são rugidos cadavéricos, o seu piano está desfasado da métrica dos três músicos que o acompanham, guitarra, bateria, baixo, é a assimetria a ser implementada como denominador comum, quase absurda, apesar do ritmo simples de dois por dois, “pure at heart”, parece cantar, “OOOOOOOOOOO”, teclas, “OOOOOO”, faz um sinal com a cabeça ao baterista para parar. O concerto anda pelos cartazes da rua publicitado da seguinte forma: “John Cale and Band”. A segunda canção “is about Ray Johnson, that I meet in New York, when I get their back in 1963”, a sua relação com os artistas plásticos americanos começa com este encontro, já que nasceu em 1942 no País de Gales. Ritmo lento, “hey Ray you get me crazy”, “you get me crazy, you are out of mind”, “1966, 1967, 1968”, “it´s all over”, “it`s all over”, coro, “It`s all over Ray”, “oh! Shit”. “1963, 1969, 1965, 1966, 1967, 1968”, “It `s all over Ray”, blues cibernético, solo da guitarra, “crazy”, mais uma vez a banda pára quando o maestro o deseja. “This is book arising”, teclado, o ritmo é integrado na progressão da canção pop, com subtis e pontuais samples tropicais a pintar a canção. Na segunda parte, o ritmo mantém-se, “close my eyes”, as teclas repetitivas sobrepõe-se ao solo da guitarra. “Digging fast”, “wisdom”, “close my eyes”, “book arising”, a guitarra hard-rock, distorcida sola, as teclas respondem, silêncio. “This is a new song is ´A Day in life of Cornam Callé`”. Pop-progressiva com forte pendor industrial desconstrutivista, “words”, solo prolongado da guitarra, “another” tempestade de ciclones a conspurcar a cidade de Coimbra, “EEEEEEEE”, irrompem do teclado acordes de música clássica, que dinamita a canção, como se fosse um alçapão dos palcos de teatro, que se esvai num segundo, violentada pelo solo da guitarra, corta a direito, subindo e descendo a escala. O teclado tem domínio sobre a canção, “over me”, “my eyes”, “everything is clear”, a partir daqui a estrutura rock é contraída por uma soul celestial, “big white cloud”, big white cloud”, “big white cloud”, “big white cloud”, “big white cloud”, “big white cloud”, “big white cloud”, “big white cloud”, coro, “big white cloud”, “looking in trees”, “soul”, “OooOO”, o teclado retira o ritmo à divagação estilística: “once again”, “love it”, “yes, I love it”, coro, “oooo”, solo da guitarra heavy distorcido, a banda aumenta o ritmo, o teclado recorta-a fantasmagoricamente. “Walking the Dog”, Cale abandona o teclado, e segura a guitarra eléctrica distorcida, ritmo básico dois por dois, soa a rock and blues, as canções de Cale são grandiosas quando assentam em melodias dualistas, quando este aspecto desaparece, emerge a vulgaridade. É impossível fugir à sua poesia, agendada no calendário, “I ask my mother”, “4 of July”, “aaiaiaiAAaiai”, “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA”, um grito distorcido, ouvem-se as entranhas de Nova Iorque, Underground, The Velvet. “OOOOOOOOO”, como se fosse um beijo da heroína. A mesma métrica é carregada em “Helen”, distorção das guitarras, secção rítmica dois por dois, acordes de Cale, solo do guitarrista, “baby”, “she”, “OOoooo”, “enjoy”, hard-rock, solo heavy, “pictures”, “OouUUOOO”, solo progressivo da guitarra a penetrar a canção e dar-lhe balanço, ao misturar-se provoca hipnose. Palavras sacramentais “mercy, mercy, me”, “be”, “OooooO”. “Sold Motel”: “OOOOOO”, distorção das guitarras, “OOOOOO”, “OOOOOO”, “OOOOOO”, “OOOOOO”, “OOOOOO”, o metal é heavy, os instrumentos em paralelo, “OOOOOO”, “yeah”, “OOOOOOOOOOOO”,” “OOOOOO”, “yeah”, com a mudança de ritmo para o funk, mantendo a distorção, “sheck out the message”, “I hear you calling”, solo da guitarra, “ooOOOO Yeah!”. “This is a new song: ´Catastrophic”, Cale toca uma guitarra acústica, pop suja. Ao nono tema, “Hello There” a pop é liquidificante em ácido, “shadows”, “speed of the light”, “do it again”, coro: “do it”, “do it again”. John Cale não apresenta a nova canção directamente apenas diz: “New song”, a pop-acústica inscrita no amor e ódio, “teach me how to love”, “hate”, “steal”, deste lamurio surge a narrativa: “starring at the window”, “at the street”, “Watching”, “hurt me”, “you look around the corner”, o ritmo acelera, com solo da guitarra, e arranjos arabescos, “lock the door”, “dancing”, “When you meet me”, “look around the corner, you`ll remember that? You`ll remember that?”. Cale regressa ao teclado que toca em pé, este instrumento sobressai constantemente, o técnico de som coloca-o sobre os outros instrumentos, sobre estes a voz: “love song”, “pray”, “come down once again”, “and I do the journey”, sincope, “yes, I do the journey” , “She said: She felt in love”, “the man that she new”, “her lips is looking for”, “come down, come down”, “I do belive in the journey”, o solo da guitarra penetra a canção, delicado, a constatação: “She ran to Amsterdam”, o volte face, “she is back from Amesterdam”, voz aguda emana a dor a pedido da tristeza, “I do belive, I do belive, I do belive” , sublime, visceral. “Whaddya Mean” é pop-clássica, “day in, day out”, “darkness”, a banda acelera o ritmo, “say it”, “feel”, “down”, interludio da música clássica, desconstrói a canção e provoca o distanciamento, a banda encaixa os acordes pop, “proud”, “feel”, “everything”, solo metaleiro da guitarra, “say, feel, everything”, o teclado mergulha na desconstrução da música clássica. “Fear/Guts” é uma caricatura ao rock and roll, tem as características necessárias, umas teclas incisivas, o 2X2, “tell me”, rock-blues progressivo, “Rock and roll”, a continua progressão transforma uma canção banal num monstro rock. Surge a spoken-word, que caracterizou a primeira canção do concerto: “teell me”, “tell me if it `s rock and roll?”, será que o seu receptor é Lou Reed? “Rock and Roll”, voz distorcida, depois de uma overdose, aumenta o ritmo e a distorção deflagra e o final é improvisado. “Dirty Ass”, Cale na guitarra eléctrica distorcida, 2X2, solo do guitarrista, a distorção infecciona o baixo, a voz é ondulante, “me and…”, “wasting in me”, “long time”, solo curto, “steal my heart”, hard-rock-heavy, wall of sound, metricamente perfeito-- em escassos segundos desta canção cabem os Sonic Youth e todas as bandas noise-arty-- repetição esquizofrénica, minimal, violenta “arshole”, solo da guitarra compassado e acelerado, “street”, “arshole”, aumenta o ritmo e a altura, “tonight”, diminui o tempo em contra-ciclo com a distorção, épico, desconcertante, violador. “See you soon, sorry”. Cale abandona o palco dos estudantes de Coimbra, que se levanta e aplaude de forma enlouquecida? Cale entra para uma ode a Nova Iorque, pega na guitarra acústica e impede os colegas de o acompanhar, ficam omnipresentes: “Streets of New York”, “to the begining to the end”, uma canção folk a reduzir Dylan a mero aprendiz de feiticeiro, dos que mudam o mundo com três acordes e a verdade: “To the beginig to the end”, “hold me now”, as palavras são cantadas alongadamente: “To the light in your room”, “turn around”, a banda funciona como um coro de lamurias, “to the beging to the end”, “the cold of the begining to the cold of the end”.

John Cale and Band, 17 de Fevereiro, Teatro Académico Gil Vicente @ Coimbra.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

La Folie

Rodrigo Leão é baixo e entroncado, usa fato escuro, tem uma cabeça grande, com entradas carregadas. Senta-se no teclado e a equação sonora de “A Pedra Branca” é pausada, infantil, delicada, este cosmos é perturbado pelo violino e o violoncelo, que adensam a melodia. “O Navio Farol”, há duplicação dos teclados, com predominância do sintetizador de Rodrigo, e o resultado é um minimalismo repetitivo, do qual o acordeão retira gradualmente através do seu solo que induz em direcção da melodia que contagia o resto do grupo: ondulante, marítimo, agreste. Rodrigo Leão toma a palavra através de um microfone: “Estamos a fazer um concerto diferente do habitual porque é só instrumental”, a sua voz é um sussurro apagado sinal de consumo de tabaco. “Os Malandros”, tem ritmo de tango, com as cordas num tempo mais lento do que o piano de Rodrigo, posteriormente o piano e as cordas aceleram o ritmo, regressam à primeira parte da canção, e surge o solo do violino, que é a alma deste tema, estabelece-se o meio tempo com todos em cadências semelhantes, por fim aceleram e o violino sola violentamente, subindo e descendo a escala. Estes três temas são originais que ainda não foram gravados, haverá mais três. “Tardes de Bolonha” é um tema dos Madredeus, assinado creio que em exclusivo por Rodrigo Leão, colectivo que abandonou após “O Espírito da Paz”. A figura que se destaca é o acordeão, que a coloca geograficamente entre Paris e o Minho, o violino imita os acordes e as outras cordas, a viola e o violoncelo jogam entre si e ignoram-no, árida apesar da alegria aparente. “Rua da Atalaia”, dança, as cordas a dominarem, quebra, solo do acordeão, diálogo entre o violino e a viola, finaliza epicamente. “A comédia de Deus”, é alegro ma non tropo, a densidade das cordas apresentam um cenário carregado de suspense, mas o acordeão é o narrador e este é alegre, o solo do violino é prolongado como se fosse uma espada, a de Damocles é a indicada para acabar com a canção. “Mar me Quer”, piano lento, o violino sola lentamente esquartejando a alma dos presentes, o acordeão sola, a viola e o violoncelo surgem e sobre estes o violino sola. “Os Cidadãos”, o teclado lança as notas, o violoncelo sola e o violino e a viola orientam a canção para um funeral realizado durante um tufão que se desloca lentamente destruindo o que se encontra na terra e no ar. “Espiral”, é o quarto original, é um fado vadio, com o piano numa métrica um por um, com o acordeão a sobressair, com as cordas a repercutir os acordes do acordeão, denso, tétrico, um morto à espera da primavera. Contudo, o solo do violino dá-lhe esperança de ressuscitar, o ritmo decresce, solo do acordeão, que a banda acompanha e encaminham-se para o fim, encerrando-a em alta como se estivesse a expurgar a alma do cadáver. “Corda”, banda, solo do violino a esquartejar a existência dos outros instrumentos, o acordeão emerge, pausa, solo de violino a dominar todas as atenções. O ritmo é gradualmente lento com o violino a exacerbar e a erradicar-se da melodia, pausa, e a recta final é orientada por uma Itália anos 60 com carros desportivos e mulheres esculturais, o tema acaba em contra-ciclo, lentamente. “Nos próximos temas vou tocar baixo, que eu tocava na Sétima Legião”, a primeira banda que Rodrigo Leão fundou e que misturava a ruralidade com o urbanismo. Na sua carreira a solo, não abandonou esta dualidade à qual acrescentou a música clássica. “No se Nada”, é um voltar ao início do concerto, cantiga para adormecer crianças, com o xilofone a imitar bolas de sabão a explodirem no ar, com uma carga forte de Vini Reilly e na parte onírica aponta-se o dedo aos Cocteau Twins. “Infância”, é o quinto original, pop densa e repetitiva, atmosférica, muito próxima do génio de Brian Eno. Em “Aviões de Papel”, o último original, regressa a carga clássica, com as cordas em paralelo, com solo do violino, na perseguição segue-lhe o acordeão, Jaques Tati é o realizador apontado como uma possível inspiração, com a banda a acabar em altura, e o violino a destacar-se pelo seu timbre agudo. “História do Carro”, o piano representa o maestro, contudo este em vez de dominar é meramente omnipresente e esta característica perpassa o concerto. Pizzicato das cordas, acordeão, coro das cordas (violino, viola), solo do violino, insurge-se o acordeão, a densidade domina gradualmente, é o único momento do espectáculo em que a alegria domina extrovertidamente, mas é apenas uma promessa. Rodrigo Leão apresenta os quatro músicos que o acompanham, duas mulheres: “Celina da Piedade no acordeão e no xilofone; Viviena Tupikova no Violino e no sintetizador”, na “viola de arco Bruno Silva e no violoncelo Carlos Tomé Gomes”. “A Valsa do Equador” , inicia-se com o piano, e com um solo de Viviena Tupikova, mas a tristeza é implementada pela Celina da Piedade, o ritmo é de tango fúnebre, mas tem um ritmo minimal que marca o passo para o cemitério. Rodrigo Leão abandona a sala de espectáculos do Centro de Artes da Figueira da Foz, onde concretiza o seu quarto espectáculo, o primeiro foi na Quinta das Olaias numa noite de Verão. “Música Instrumental”, é um concerto composto por um conjunto de canções que marcam uma viragem no percurso do músico, já que o pendor destas é maioritariamente clássico, contudo, os excessos estilísticos derivam para o barroco e por vezes para o rococó, algo que se opõe à postura discreta de Rodrigo Leão, que se encontra na esquerda da meia lua deixando o centro para Viviena Tupikova. O seu violino é a voz das canções, uma tradutora da palavra para a pauta, com um instinto felino.

Música Instrumental, Rodrigo Leão, 12 de Fevereiro, Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz @ Figueira da Foz