domingo, 18 de agosto de 2013

Some Girls


No ecrã que se encontra atrás do palco do Coliseu dos Recreios contém a inscrição “3EYEGIRL”, surgem três “girls”, a da direita é morena e está vestida como a Pocahontas detentora de uma sexualidade que faria salivar um cachorro. A que se encontra no centro (baterista) é loura e é a oradora de serviço: “Behind tecnology”, “better than the phones”, a sua voz é erótica mas não me impede o uso da seguinte tecnologia: papel e caneta e um telemóvel a substituir uma lanterna. “Super excited to play here!”. Onde? Espanha? “Keep away your phones” pois ela(s) preferem ver as nossas “beautiful faces rather than your tecnology” e a nota adulatória: “We are super duper excited t play here!”. A oradora tem à sua direita a última “girl” que é morena com a cabeça parcialmente rapada. “Go!”. Deslocam-se para os respectivos lugares e a guitarra distorcida antecipa: “We love you all”, “Rock and Roll.”. A bateria é assumidamente heavy metal com três bombos mas sonoramente corresponde ao uso de um bombo que tem a potência de dois. As 3EYEGIRL colocam a passadeira vermelha para a entrada, pela direita alta, de um homem com uma silhueta magra e minúscula, a pele negra é acentuada por um crâneo coberto por uma cabeleira africana, escondem-lhe os olhos uns óculos escuros. Prince instala a histeria, sustém uma guitarra que encosta ao peito, vira costas ao público que bate palmas continuamente ao ritmo da bateria, dirige-se para o microfone pausadamente a usufruir da loucura alheia que lhe preenche o ego que processa o deflagrar do génio. A carga energética de “Let`s go Crazy” inscreve-se no funk-rock, “Portugal” (histeria), “how we are doing?”. Grita: “Let´s go crazy!”. Grita: “Let`s go Portugal!”. Prince de voz aguda sobre o trio de girls que descarregam distorção oriunda da pura testosterona, “let me hear you scream!”; e encarrega-se de dar orientação à gritaria através de um solo hendrixiano pelas características endógenas de manipular o braço da guitarra como se correspondesse às cordas de um piano incendiado por um pirómano. “AAA”. “OO”, público: “OO”, “OOO”. Público: “OOO”. As laterais do palco do Coliseu dos Recreios Lisboa estão munidas de bazucas a disparar cofetis sobre o público, o ritmo anula o rock e ganha as tonalidades hard, o solo de Prince impõe-se como elemento aglutinador das girls impondo a progressão em altura e em ritmo, “Portugal!”. Público: “AUAUA”. Prince executa um solo que mimetiza os gritos do público e surge sem os óculos escuros revelando os olhos castanhos. E para celebrar este seu acto de óbvia intimidade para com “Portugal!” executa um solo minimal-épico. A segunda canção é incitada oralmente por Prince “comon!”, “comon!”, as girls produzem uma melodia rugosa provocada pela consequente distorção da guitarra e do baixo associados ao poder destrutivo da bateria da loura. “Portugal”. “1- 2- 3”, “hi babe”, “U babe”, pausa, “money”, público: “AAA”. Prince: “Portugal!” (gritos do público), solo da sua guitarra a elevar-se à massa tímbrica distorcida e decibélica “Portugal” (gritos do público): “Hold on”, “you and I want to hear”, “comon!”. Solo da guitarra de Prince como se as suas cordas estivessem a evaporar-se enquanto são dedilhadas. Prince dirige-se directamente aos portugeses e portuguesas e estrangeiros: “Can you hear me?”. Gritaria. “I`m so happy to be here, are you happy to be here?”. Gritaria. “Yeah! All night!”. O timbre da terceira canção revela Prince a detonar sobre as girls uma melodia pop, a sua voz é aguda como se estivesse a encarnar um adolescente: “I`m your driver”, o solo da girl que ostenta a guitarra, tem a cabeça parcialmente a rapada conjugada com uma toilette punk chic, “go now”, “people pay money for rock and roll” e a ironia de Prince: “I`m your driver, you are my crew”. As girls repetem os acordes do refrão pop-funk e Pince intromete-se para exibir a sua guitarra através de um solo construtivo/desconstrutivo. “I`m your dirver, you are my crew”, “sing it!” (agudíssimo), “you know it`s true”, “Portugal I love you!”, “I`m your driver, you are my crew”, “sing it!” (agudíssimo). Portugal: “I`m your driver you are my crew”. Prince: “AAAAAA.”. Histeria. A quarta canção denomina-se “She`s Allways in my Hair”, a bateria bombeia um dois por dois metaleiro, as guitarras insurgem-se através de agudos semi distorcidos com fuzz. A métrica que rapidamente estabelecem é a de um rock and funk slow, “She`s allright”, “AAA”, solo agudo da girl punk chic e retomam o hard rock como fonte de hiperbolização da revolta. Prince impõe-se em cada ordem: “Hands up! Comon!”, as luzes do Coliseu acendem-se e as pessoas gritam, “are u ready?”, “Portugal!”. Prince olha para a multidão que bate palmas, “let me tell u”. As girls remetem-na para o slow poético: “Maybe I'll marry her”, “yeah”. “My widow” a senha para a deflagração da guitarra de Prince em regime de dor profética. E a certeza única e exclusiva: “She wanna, she wanna play the guitar”. “UUU”, “sing!”, público: “UUU”. “Hair”. “Portugal are u ready to rock? ”. Público: “YEAH!”. “Just put your hands in the air” e o público corresponde à determinação, “one more time” as girls descarregam a melodia hard rock kitsch, “Portugal!”e executa um solo agudo continuo e descontinuo remetendo-a para o domínio do épico. A quinta canção “The Love We Make”, é composta por teclado grave repetitivo e com a marcação do bombo e a voz de Prince é marcadamente dramática, “don`t know”, “have come”, “wonder”, “a table of God”, “watch”, o bombo marca o ritmo do coração despedaçado, o palco no lusco escuro “right now”. Desperta o público com o seu eterno receio: “Do you hear me?”. O teclado agudo possui a canção numa vertente neo-kitsch, com o apontamento do solo da girl punk chic em regime de distorção. As luzes do palco iluminam o quarteto em tonalidades rouges. Prince: “Never said”, “lover without love”. “Clean”. “Yeah” (grito). “Spoke”. A girl punk chic intromete-se com uma pontuação solo-académica, com o teclado a remoer constantemente na dor que foi transferida da alma para a carne, “I forgotten”, “yeah”, as girls impõe um ritmo de submissão a Prince: “The only love there is, is the love we make”, “Portugal!”, “the only love”, “Uiui yeah”. A sexta canção “Guitar” é antecedida pela declaração amorosa de Prince: “I love you Portugal like I love my guitar”, a descarga energética das girls corresponde à transpiração de testosterona num ginásio exclusivo de mulheres, “common!”, palmas, “I love my baby like I love my guitar”, e quando Prince canta três vezes “I love my baby like I love my guitar”, “go!”, as guitarras deflagram como um incêndio iniciado por um pirómano vítima das suas lavaredas. “Portugal!”. “Portugal!”. “Try to warm you”. Pausa. “Like I love my guitar”, “like I love my guitar”, “be afraid”, “I love you Portugal!” com a inserção de solos majestosos agudos por parte de Sua Majestade eternamente principe. “Portugal!”. E a conjugação dos instrumentos combinam numa tónica hard rock, Prince lança um solo como se fosse um lança chamas e retira as mãos da guitarra ecléctrica e bate palmas ao ritmo do break da bateria “comon!”. Solo da girl punk chic. “Portugal!”, “AUUA”, solo de Prince. O público bate palmas histericamente. A rapidez é instituída como denominador comum “let`s go!”. Na sétima canção denominada de “Plectrum Electrum”, Prince apela por “Portugal!”, e coloca a mão esquerda sobre o seu rosto de menino dócil e querido, a outra mão insere os acordes semi-distorcidos, quando a esquerda dedilha o braço resulta num hard rock old school adicionado a solos da bateria da loura riot girl e aos da girl punk chic a sublinharem o seu carácter académico. Apesar da massa sonora que produzem as 3EYEGIRL entusiasmar o público, Prince nunca está satisfeito: “Portugal!”, finalizada com uma progressão rápida e elevada. A oitava canção apelidada de “FixUrLifeUp” “you need” descarga de distorção, “AAUUU”, “boys”, “misogynistic wall of noise ”, “all the people lead”, “say”, “AAA”, solo da girl punk chic fuzz/distorção, palmas, “don’t worry about what the crowd does”. “Let`s go!”, solo abrasivo de Prince. Prince agudo : “AAUUA.”. Público: “AAUUA”. Histeria. Prince ordena ao técnico da iluminação da sala para: “Turn the lights on!”. “Everybody is ready to rock, it`s a party”. “Portugal!”, histeria. A nona canção “The Max” é iniciada por um teclado sobre o qual o ritmo funk e o timbre distorcido dos instrumentos se pronunciam, a girl punk chic é delicada na penetração que traça por entre a melodia “I can't live forever”. “Portugal are u ready?” , “AAA”. Prince no piano: “Put your hands up”, palmas, e é peremptório: “The max , yo baby, oh yeah!”. As teclas dedilhadas por Prince remetem-na para o universo rock and roll criado por Little Richard no qual vasculha o kitsch, “ready for me”. Pausa. Assobios. “Are u ready for me?”, o domínio melódico é imposto pelo piano que deriva para o negrume cativo, “ready for”, as palmas conduzem a melodia para uma alegria inesperada, “OOO Portugal” , “sing!” agudíssimo como um orgasmo entre eunucos. Portugal: “OOO Portugal” , Prince: “OOO”. “Sing”. “OOO Portugal”. “Sing: OOOO Portugal”, o desmame proporciona-se através da voz de Prince a delirar: “I think I'm gonna like this”; e a girl punk chic tenta a penetração, a pausa é falsa, “OOO Portugal!”. Prince abandona o teclado e retira o baixo à Pocahontas, e injecta-lhe um solo slap-funk, “1-2-3 Portugal”, “We love you Portugal”. Pausa. Público: “OOO Portugal!”. A décima canção “The Stratus” da autoria de Billy Cobham explora o ritmo funk com a acentuada perturbação da guitarra da girl punk chic, Prince exige dos portugueses e afins: “Show me your love!”, “Show me your love!”. As girls vagueiam entre o hard rock e o funk mas é este que vinga dilacerado pelo piano de Prince: “UUUUUU” (falseto/agudíssimo) . A progressão hard/funk é continuamente dominada pela escuridão das notas de Prince como se a sua intervenção correspondesse ao escavar de um buraco negro vaso comunicante entre diversas galáxias. Na décima primeira canção “The One” Prince assume a lead guitar e desfere uma sequência de acordes longos/curtos e agudos, referência à desenvoltura estéctica de Eddie Van Halen, facultando-a com borrifamentos profundamente kitsch. A voz aguda pergunta insistentemente “if u are looking 4 the man”, as girls assumem-se através da soul emergida no rock. Prince não quer o teu sexo apenas assumir-se como um homem acima das impurezas terrenas: “If u are looking for a brother” mas revela a máscara através do seu tórrido timbre que o eleva à condição de vento alísio “make love 2 U every night of the week”. A soul revela que Prince é inseguro no negrume “If u re looking 4 a man”, o pedal wha wha chora e Prince responde-lhe: “And confuse it all with his wealth ” . “OOO”. Reverbera um slow kisch e Prince em falseto: “OOO”. “I just want to hear the babes”. E as babes respondem-lhe: “OOO”. “Comon babes!”. E as babes: “OOO”. A voz no imperativo de um Deus polígamo lambe as vaginas presentes: “You can do it everytime you want to do”. A canção ganha uma tonalidade rosa quando “OOO” , “your man's around”; babes: “OOO”, solo agudo de Prince a suster a soul imposta pelas 3EYEGIRL. Prince: “I want only hear the masculine” estes respondem timidamente com receio de se unirem à imagem de um andrógino. Prince socorre-se das “common sisters!”. Público: “OOO”. Solo semi distorcido de Prince a delirar com a resposta mais acentuada do universo das babes. “I love your city and I love your Queen Ana Moura” saberá Prince que Rui Reininho é o Rei de POPortugal? E o fado de Prince é a ausência da Queen: “She could be here with us, but she`s on tour”. “Bambi” o décimo segundo tema é carregado com uma overdose de distorção sobre a qual Prince remete o seu solo após o qual canta através do falseto: “Bambi”, “maybe I`m just too naive” solo de Prince. Prince e a girl punk chic colocam as guitarras entre as pernas imitando um objecto fálico e os dois projectam simultaneamente solos orgásticos sobre a bateria e o baixo distorcido. O drama instituído pelo espelho: “All your lovers they look just like you”, “common babes!”. “Oh come on baby and take me by the hand” solos agudos em despique, pausa na pisicanálise. Solo de Prince: “Thank you Portugal! One more?”. Palmas. “Cause & Effect [Part 2]” constrói a sua violência através do ritmo bombeado pela loura riot girl seguindo uma métrica funk and rock: “Yeah”, “you might wanna, stick around”. A promessa proferida com o intuito de instituir a megalomania sobre o objecto feminino impedindo-o de recusar o convite: “you need to be a superstar or grow up, but not both”. “Yeah!”. Detonam uma carga distorcida “AUUA”. “Portugal?”. Palmas. Surgem chaminés no ecrã que se encontra atrás das 3EYEGIRL. Histeria. Prince junto ao tripé do microfone a olhar de frente o público abre os braços a receber a energia mental dos presentes. Surgem chaminés no ecrã. “Nothing out their!”. Prince majestosamente aplica um solo épico. “Portugal!”. Palmas. Os canhões laterais expelem uma porção de chamas que provocam a catarse emocional sobre os portugueses e portuguesas e estrangeiras. A ovação acompanha Prince & 3EYEGIRL ao backstage do palco do Coliseu dos Recreios. Silenciosamente ocupa o piano, sobre o qual dedilha uma melodia tétrica na intensificação da inscrição da mantra “for 2”; e quando se aproxima da melodia soul pop kitsch de “Diamons and Pearls”, há um silencio sepulcral por parte do público, “if you giving me diamonds and pearls”, “all I can do is giving you my world.”. Público: “Love”. O break da loura riot girl marca-a com um pronunciado soul-pop, surgem estrelas no ecrã reflexo de um subjectivismo de domínio popular. “Can you say”. “Love”. “Portugal can you be in a Picture?”. Palmas. “Beautitiful Ones” é uma narrativa tão complacente quanto “Diamonds and Pearls” e a melodia compromete-se com a soul mas evitando continuamente o decalque e pronunciando uma melodia visceralmente negra, “allways and everytime”, o solo do teclado de Prince retira-lhe pigmentação revelando a claridade acompanhado pelo falseto: “Yeah”. A declaração de amor: “If we got married”, ah, e a insegurança derivada da incerteza: “so confused”. Falseto: “UUUU”. “Baby”. Prince dedilha o piano na tentativa de acordar a sua Queen: “What's it gonna be baby?”. O ultimato kitsch que sintetiza a competição entre os humanos: “Do you want me? Or him?”. As 3EYEGIRL impõem uma progressão dramática que intercede e revela o espírito sangrado do narrador da novela “AAIAIIAIAI”. “If you want me?”. “Baby”. Falseto: “me?” a distorção da girl punk chic sublinha a sangria espiritual. “I want you baby”. “Thank you Portugal! Goodnight!”. Prince recolhe-se aos seus aposentos enquanto ouve a histeria que é projectada pela multidão ampliada pelas chamas; quando regressa recebe uma contínua e acentuada ovação. Senta-se ao piano e insere um beat, “Portugal” e no imperativo: “Keep the lights on!” e “turn on the lights of the stage!”. “You are ready?”. “Picture”. “Of u and I engaged in a kiss?”, o beat e o piano corporizam uma canção pop slow dark, “the heat between me and u”. “Sing it!”. Prince introduz os acordes que testemunham a leviandade de sua mãe: “Maybe you're just like my mother, she's never satisfied”. Prince descreve um lar “why do we scream at each other?”. A dor orada pelos presentes “this is what it sounds like, when doves cry”. Prince: “Thank you Portugal!”. “Alone in a world that's so cold”. “Maybe I'm just like my father”. A fluência da intensificação das teclas impõe-lhe uma alma hipnoticamente dark. A décima nona canção “Hot thing” tem uma cadência analógica que se mistura com os breaks da loura riot girl. Prince é lascivo: “Want to play with me?”. Prince não retira a máscara de fire starter: “Let me hear you!”. O ritmo da bateria surge como resposta ao interlocutor “so good”, “let me tell you” . “You see Portugal you want to play with me?”. “Hot thing” está infectada de uma tonalidade em que reverberam a pop kitsch (soul), com a implementação do baixo da Pocahontas em regime funkadelick, devidamente sintetizado nas palavras de Prince: “Everybody dance!”. “Let`s go!”. Solo da girl punk chic, “Portugal we love you!”. “Portugal we love you”. “Portugal we love you!”. Prince no teclado domina a inserção do ritmo cadente “I`m going down”, “so sexy”. “Yeah! Yeah!”. Público: “Yeahyaeh”. “I`m gonna drive” o groove é funk “I`m gonna drive to Tennessee”, “alphabet street”, “sing it! I can`t hear you!” com solo seguro e penetrante da Pocahontas. A progressão encetada por Prince & 3EYEGIRL representa os acordes de “Alphabet Street” mas como se fossem uma síntese de uma viagem pelas ruas de Minneapolis num descaplotável com a matrícula com a inscrição “Funky L.A”. A vigésima segunda canção “Sign O` The Times” retoma o beat que prognosticou a canção anterior, “OOO, sing it!”. Público: “OOYOOO”. Prince: “Ready Portugal?!?”. “Little name” a programação analógica é cativante alicerçando-se numa simetria abstracta “It`s being in a gang called The Disciples”, “high on Crak”, “OOO, sing it!”, “september”, a batida ganha um corpo celeste, “Times”, “Times”, “OOO, sing it!”. Público: “OOO”. “When a rocket ship explodes and everybody still wants 2 fly”. “Oh why?”. A vigésima segunda canção “Funkroll”, que deverá corresponder a uma versão de um tema da malograda Yvonne Fair, é iniciada por gritos de Prince: “AAU Portugal”, com breaks violentos por parte da loura riot girl, e uma exorbitância de solos das guitarras inundam a sala “AAAUUU!”. “Turn the lights on!”. “Are u ready for rock and roll?”. “Out of control”. “Go!”, e as 3EYEGIRL injectam uma dose de overdose de distorção aliada a uma fonte funk. “Yeah!”. Prince reencarna em Prince: “I got a million dollar party”. E as palavras cantadas incitam a “let`s rock, let`s rock, let`s rock and roll”. “Party on”. “Portugal let`s rock and roll.”. E avisa as 3EYEGIRL: “Doing again!”. “Let`s go!”. E a sua guitarra semi-distorcida orienta as girls por um aparente labirinto que é uma variação do hard do funk and roll que a estrutura. “You want one more?”. “Yeah.”. O técnico da iluminação do Coliseu dos Recreios denota falta de sensibilidade para a continuada e repetitiva e ostensiva ordem de Prince para que: “Turn the lights on!”, o técnico ignora o inglês técnico. O técnico acede à determinação de Prince e este cansado: “Turn on and leave on!”. “1-2-3”, a vigésima terceira canção é uma descarga rítmica distorcida como uma Wall of Sound embrulhada em arame farpado, Prince de frente para o público procura o gesto simbólico ao erguer o braço direito e a mão esquerda segura o braço da guitarra eléctrica enquanto sente a sede de sangue por parte das 3EYEGIRL. Uiva: “AAUU”. À vigésima quarta canção “Crimson & Clover [I`ll take U There]” (original de Tommy James & The Shondells) corresponde a notas curtas distorcidas mas ritmicamente aceleradas com o piano próximo de Jerry Lee Lewis este representa pontos de fuga por entre a violência imposta pelas 3EYEGIRL. “1-2-3-4”, sequência sonora que representa o climax da vertente em que predomína a raiva pelo uso sintético do hard rock. A vigésima quinta canção “Take Me With U” é marcada por uma contínua e progressiva distorção Prince impõe-se através do seu piano e injecta o rock and roll composto para um casino ilegal num centro urbano neurótico depressivo. O vigésimo sexto tema encontra Prince ao piano, as tonalidades expulsas pelas 3EYEGIRL correspondem a um slow-pop. A narrativa descreve um espírito que contraí dor por culpa da violência contida e distorcida da Pocahontas a irradir luz difusa: “Here we are folks”. Pausa. “OOOO”, distorção da girl punk chic, “Portugal I love you!”. Bomba o bombo, para marcar o recrudescer do ritmo “comon!” e sublinhada pela distorção da guitarra. “Sing it!”. “YE!”. “U got the look” é pautada por uma progressão ostensivamente hard rock, “turn on!”, “I don`t care prety girl, take me with you.”. Solo da bateria da loura riot girl. “Clap your hands!”. O público corresponde à ordem. “Here we are folks.”. “Dream on.”. “Let`s go!”. Prince insere os acordes do refrão “U got the look”, “Portugal!”, “I never seen a pretty girl”. “Babe”. “U got the look”. Quando Prince canta “If love is good, let`s get 2 rammin” a força da distorção emerge. Aos olhos de Prince “you got the look.”. “Tank you Portugal I love you!”. Prince & 3EYEGIRL transferem o discurso hard rock funk para o metal como se Frank Zappa tivesse resuscitado por segundos. Na vigésima sétima canção o piano é dedilhado por Prince emite os acordes de “Nothing Compare to U”, recebida pelo público como uma bênção superior enquanto as luzes purpura iluminam o palco. “It's been 7 hours and 13 days, since u took your love away”. “Sing it!”. O público ecoa docemente sobre a melodia slow pop kitsch “OOO”. As 3YEGD parecem ausentes perante o poder da voz de Prince que por vezes é processada e que responde a Prince: “cause nothing compares to u”. No vigésimo oitavo tema a bateria da loura riot girl marca o ritmo lento de “Purple Rain”. Prince toca as notas do piano como se fossem gotas da chuva que flutuam no ar. Público: “Purple rain”, a bateria insurge-se através de um espaçado dois por dois, a hipérbole por natureza extravagante: “only to see you in the purple rain”. “Sing it!” Público: “Purple rain”. Prince: “OOOO”. Prince: “Purple rain, purple rain”. Prince agudo: “I only wanted to see you bathing in the purple rain”. Prince usa “purple rain” como se esta fosse um milagre para os presentes algo que lhes encadeia o olhar e lhes liberta os ouvidos e Prince evangeliza com um timbre tão suave quanto penetrante: “We have to love one another”. Prince toca hipnoticamente as teclas da sedução e o público responde-lhe: “Purple rain, purple rain”. Prince: “God”, “law”. O público entoa: “OOOO”. Prince é assertivo na determinação: “I `m serious went want to say to love each other”. “We have to take care of one another”. Lisboa: “Beautiful buildings, beautiful voices”. Quando o público está convertido ouve-se uma voz feminina que informa que Sua Majestade de Minneapolis “Prince wants to thanks” e que este concerto foi fantástico e a questão que reitera a empatia do génio: “Can you come back real soon?”. Público: “OOOO”, os canhões descarregam cofetis, “let me hear you!”. Prince impõe-se através do piano e desafia: “Can we do it one more time? Sing it!”. Público: “OOO”. Público: “OOO.”. Prince: “Love one another! We love you!”. Abandonam o palco do Coliseu, acendem-se as luzes e das colunas sai uma remistura de “FixUrLifeUp”, surgem as 3EYEGIRL que recebem uma ovação enquanto Prince fica estático na direita alta, preso a uma inesperada e desarmante timidez.

Prince & 3EYEGIRL, 17 de Agosto, Coliseu dos Recreios, @ Lisboa





sexta-feira, 16 de agosto de 2013

D. Quixote de la Mancha

A caixa de ritmos dá pancadas no cérebro dos presentes, ausentes pela imposição da ignorância, que desde o nascimento ouvem as estátuas erigidas em nome do medo. Jorge Romão insere os acordes introvertidos de “Sete Naves” a sua pulsão dominante associado à síncope rítmica é constante e dilacerante e a guitarra wha wha de Tóli Cesar Machado conspurca-a com uma adejectivação anos oitenta. “Goodnight!”. A voz vê “um rio” e ainda “destroços de metal a flutuar”. O morto: “sinos sinetas ao acordar” o ritmo é contínuo e circular, o teclado assume-se dramaticamente, e a poesia: “vejo estes dedos metálicos frios vontade de enferrujar”, o ritmo é um simulacro da verdade: “São estas veias estalando” provocam uma densidade rítmica “paro de martelar” e o baixo de Jorge Romão “não são feitas para navegar” mas sempre “a do mar” a beleza “fundem-se com o ar” e num espasmo ou orgasmo “voltam-se devagar AAAAAAA” as teclas tétricas e oraculas “AAA” sobre o ritmo doentio emerge o solo da guitarra solo “nunca a do mar” e “elas vêm-se e voltam-se devagar”. Jorge Romão: “AIAIABOMBOM”. Rui Reininho: “Aguentam a violência de um beijo mas nunca a do mar”. Jorge Romão: “AIAIBOMBOM”. Palmas. “Bom dia! A batalha já está ganha”. A segunda canção da noite denomina-se “Sexta-feira (Um seu criado)” e corresponde a uma métrica alicerçada na progressão rock da guitarra solo e é “Sexta-feira em Albufeira” com a bateria a revelar uma vertente tipicamente rock and roll a poética é naturalista: “Era gente tão foleira que ninguém sabia onde era o mar”. E a melodia reza: “Falta a tua confissão”. A guitarra solo mimetiza e sintetiza os acordes do refrão “faltei eu ao beija mão” e a continua desorientação do sujeito poético revela que ingeriu substancias tóxicas porque “já nem dou pró Dj”. Palmas: “Obrigado senhores e senhoras e meninas e meninos, não se vão já embora que não é hoje que mudou a hora”. Palmas: “Podem bater mais forte que isto não é o Festival da Canção.”. A pop ensimesma-se por culpa de teclados repetitivos mas doentiamente primaveris acusando um dia em que a noite chega tardiamente, a guitarra acustica de Tóli Cesar Machado acentua essa perspectiva e a voz de Rui Reininho narra que adora “todos os bichos do mato” como se fosse uma determinação de um Deus cego com hábito de irresistivel pureza “efectivamente ici é diferente” a natureza floresce coabitando com “ratos do esgoto” que “como se fossem mafiosos convictos habituados a controlar”. Jorge Romão: “Lálálálá”. Solos curtos e agudos da guitarra de Andy Torrence. Jorge Romão: Lálálálá”. Rui Reininho dança e canta “efectivamente gosto de aparencias sem moralizar”. Palmas. “Muito obrigado por passarmos juntos esta noite é muito lisonjeiro”. Aponta para um elemento do público e convida-o a “buscar uma rapariga para dançar”. Anuncia “Tricana” um espelho de água onde se inscreve um ritmo dolente “sobre os sérvios e os croatas”, os acordes correspondem a uma luz que alumia o coração que em cada pulsação corresponde a “tirar à sorte e dar” a voz fixa um ponto no escuro de onde jorra uma água luminosa “foi muito sedutora” e criminosa: ostenta uma arma que “atira para o ar sem o intuito de acertar” e o retrato da figura humana surge na conversão de “3-2-1 é só subtrair aprender a dividir para poder reinar” e o rasgo de carácter “Tirana é sincera mas só por um momento” a melodia constantemente e concisamente soturna e luminosa. “Espírito de investir” de se saciar das almas alheias e o bombo marca a progressão tétrica e bela lenta “2-3-6 para poder reinar” , “para poder reinar” surge o hammond a expirar uma celebração fúnebre “3-2-1 é só subtrair”. Palmas. “Boa noite rapazes e boas raparigas”. “Video Maria” é construída a partir do ritmo duplo da bateria, o hammond pronuncia-se através de uma frequência soul kitsch mas Jorge Romão recoloca-a numa discoteca que transpira a estrógeno e é através destas três perspectivas que surge o “big Picture”: “Península inteira a chorar”, a mulher de corpo de santo mas alma “como um círio cintilante” tem o poder de um “anjo fumegante” e o baixo pulsa sexualmente “há um profundo desejo divino a crescer” e as testemunhas da ficção: “Os santos do altar devem tentar compreender” e procurar uma justificação para a Maria “estará a meditar?” e as vogais demonstram que goza de um prazer carnal “Aiui” e o teclado insurge-se a impor receio “atirem-me água benta”, “desconjuro-a”, “atirem-me água fria “, a cegueira que institui o amor: “Por ela assalto o BPN”. O encaixe de bateria/baixo é viciante por impor a dança das ancas “assalto a caixa de esmolas” para comprar uma ínsula com uma escrava que é “virgem ou não?”. A sexta canção “Morte ao Sol” é iniciada pelo piano e com o cacarejar de um galo sobre o telhado de uma casa com azulejos com a inscrição: “Felizmente a noite sai”, o solo de Torrence a afunilar a vertente de pré-explosão e a escavar na veia uma dor aguda “se a luz se esvai” e será irreversível “se o amanhã perdido for” os breaks da bateria conferem-lhe um adensar do dramatismo inerente a “metamorfoses de pavor” o poeta da bela figura canta: “Meu amor” e declara solenemente aos pés da ninfa mais formosa, enquanto os GNR sublinham uma tragédia inscrita nos acordes densos “Directa sim eu declaro morte ao sol.”. A voz grave: “OOO aí vem a luz” o mal que nos irá cegar para impedir ver o futuro sem medo, que paralisa os portugueses fruto de morte prematura de um pai tirano. O solo agudíssimo de Torrence abre o dique que sustinha o sangue nas artérias e inunda o organismo “O céu não fecha já sobre nos revela sierta imagem atroz.”. O sétimo tema é constituído por uma programação analógica que ganha relevância progressivamente com a cumplicidade de Baixo/bateria, secundada pela guitarra que desenha os acordes melódicos que a dominam, e o sintetizador polvilha-a com adjectivação anos 80, “Rei da rádio dá-me a voz” e o jogo de espelhos inibe o espectador de dividir a pessoa da personagem que o Rui “Rei da pop compõe para nós” personifica: “Rei do rock morreu por nós”, o ritmo é progressivamente mais pesado mas simultaneamente convida a que os corpos dancem, dancem, dancem sobre o túmulo constituído por “cidades tão iguais” com habitantes a dedilhar um rosário de “indiferentes orações.”. Reininho apresenta o “autor compositor e interprete António Machado, mais conhecido por Tóli.”. A oitava canção “Unika” versa sobre “aquecimentos proibidos” com a preponderância dos teclados e a bateria a usar o bombo como um ponteiro de um relógio de uma igreja soturna, o objecto da perdição é composta por “casca de carvalho”, é, “és a uninka a dar gás a rainha das marés” a melodia não rejeita uma apropriação do cânone inscrito pelos Beatles. “E acordo coberto de pêlos.”. “Foste de mota até Góis e só tens estes sóis”. As tonalidades timbricas adensam-se: “como que fantasmagórica” a guitarra impõe-se através de um solo hard and rock relegando-a para o patamar denominado de épico. Palmas. “Obrigado” e que tal “fazerem um casino no Mosteiro [da Batalha]? Já vi ideias mais estupidas a serem aprovadas!”, e o casino chamar-se-ia de “Sixteen”. A guitarra semi-distorcida entre corta o ritmo analógico projectando uma disruptiva sonora e a voz de Rui Reininho é o elemento unificador, o centro que acentua um discurso subjectivo “a inundar de ouro a mina (eco)” e o convite de uma “roleta russa aceita apostas” o rock (analógico) mantém a sua métrica roll “perdes todos de quem gostas”, “e então Batalha?”. “ E eu serei a gorda”, “a cabra cega”, “fui andar de voga mas não havia vaga” o ritmo acelera e é percorrido pela guitarra eléctrica e “eu de foca de licra” Reininho dança num salão de um palacete neoclássico: “Um peixe fora d`água.” . O rock and roll emerge como “uma cobra fora d`água”. Palmas. “Obrigado!”, e Rui Reininho avisa: “A próxima têm que ouvir.”. A guitarra de Torrence desenha sub-repticiamente os acordes exóticos de “Ana Lee” e que gradualmente revelam uma ínsula habitada por um Rei: “Eu bebi sem cerimónia o chá” e a expurgação de um hálito quente e doce “senti as nossas vidas separadas”, Reininho apela pela “Ana Lee” sua Dulcinea del Toboso. A métrica kitsch confisca um ritmo pop perfeito na sua profunda abstracção, “Lotus azul nada de novo”, o horizonte do castelo do Rei: “Triângulo dourado.”. “Trono de jasmim.”. Reininho não esquece os “ponta de lança da Selecção Nacional.”. A décima primeira canção “Asas” é um slow com a temperatura ambiente do interior de um corpo sexualmente activo pelo surgimento da menstruação, a voz suave e sedutora: “mil casas no ar”, a melodia recrudesce a intensidade como uma penetração no útero mais recôndito “não te esquecer”, o dedilhar da guitarra acústica de Tóli Cesar Machado corresponde às unhas de gel de uma gata sobre o papel de parede. “Da paixão que te roer é um amor que vês nascer.”. A utopia associada a um amor eterno: “Não há leis para te prender.”. A promessa: “Aconteça o que acontecer.”. O hino do norte “Pronúncia do Norte” encontra o seu leito através do dedilhar do piano de Amorim a voz surge como um espectro que vê “a bússola não sei se existe aponta sempre para norte.”. A certeza que é o Douro a salivar: “Se é uma pronúncia de norte” piano intenso ao intensificar a sua omnipresença “corre o rio para o mar (eco).”. O acordeão de Tóli Cesar Machado pronuncia-se a mimetizar uma correnteza presa às margens de Portugal: “Corre o rio para o mar e há pronúncio de morte.”. Quando intercede a bateria o rio ganha uma textura rude e doce. A eterna e perniciosa saudade: “E as teias que vibram nas janelas esperam um gajo parecido com elas.”. Rui Reininho: “Obrigado por esta vida maravilhosa” e junta as mãos como um samurai disposto a festejar trinta e dois anos de GNR. A secção rítmica erige um continuado e progressivo descolar de um ritmo aparentemente programado: “Quando um barco tem pés para andar”, a métrica rítmica institui o dois por dois sobre os quais as guitarras se misturam cativando a melodia promovendo-a à qualidade tímbrica de um sol radioso aos olhos de um anestésico. “Lá do fundo mar imenso imundo saís”, “cais”. “´ Se há lodo no Cais`” com os teclados a polvilharem-na de uma lullaby inesperada aos ouvidos de uma criança, o solo agudo de Torrence desperta-a “sereias censuais”, “escorregas sempre cais.”. Rui Reininho discursa: “Não vou votar na Angela Merkel não gosto daqueles casaquinhos” e coloca as mãos abertas sobre o seu peito e desloca-se como a Chanceler alemã, o público ri. “Popless” é iniciada por uma pulsão da secção rítmica, destaca-se o baixo de Jorge Romão, “velho hábito aspirar o ar” perfumado pelo perfume de Ana Lee “vê-la vibrar” , “se ela deixar”, “Lá vem ela sabendo que é linda”, o seu charme revela “interesse” a introdução da componente analógica exprime os acordes circularmente “PoPLess (eco)” o baixo é a persona que se impõe através da sua incapacidade de instalar o espaço vazio, é intencionalmente viciado na simplicidade desconcertante. “Dunas” o acordeão de Tóli Cesar Machado sobrepõe-se à programação rítmica e é apresentado como sendo a “Sandra [Baptista] e o seu acordeão”, as palmas escasseiam e Rui Reininho cita um colega com o nono ano de secundária: “O David Fonseca tem razão Isto é mais fácil em inglês.”. “Patchi wari Patchi wari”, Rui Reininho incita o público: “E quem não salta…”, G.N.R saltam e o público imita-os. “Eu sei que hoje é o dia da Nossa Senhora; e eu já fui a funerais mais animados!”, ri e desfere: “Não é verdade!”. “Vamos cantar uma em espanhol. Esta é uma canção do hijo Iglésias e do hijo Carreira!”, o público ri. A guitarra de Torrence delineia os acordes agudos de “Oculto Sangue”, sobre uma métrica que corresponde à estética rock and roll “é uma barragem uma fronteira”, “sem correr e sem saltar”, “as flores são como sangue”, “sem correr e sem saltar oculto sangue que tenho para dar”, Jorge Romão ensaia diversos saltos sobre o palco, e o rock ganha um ritmo acelerado consentâneo com a guitarra a expurgar solos hard. “+ Vale Nunca” melodicamente é doce por imposição do sintetizador a mimetizar um chilofone que prenuncia que irá nascer “um bicho novo para limpar” a guitarra grave insurge-se “mais vale nunca”, “mais vale nunca mais crescer.”. O balanço rítmico aprofunda e liberta a lullaby “cérebro em fuga”, solo curto e arguidíssimo, Rui Reininho dança acompanhado por um regimento de fantasmas. Solo da bateria e consequente intervenção de Jorge Romão e a adição dos acordes da guitarra acústica de Tóli Cesar Machado: “Nada mais querer”, sample de chilofone, Jorge Romão: “Mais vale nunca”. Rui Reininho: “Agora é a doer.”. Palmas: “Obrigado por esta noite maravilhosa!”, e sublinha: “Ainda bem que o Papa perdoou os padres. Os crimes já prescreveram!”. “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno” do brasileiro Roberto Carlos é acelerada pela métrica da guitarra de Torrence o fio condutor a projectar os acordes típicos da década de setenta do século passado com uma contemporaneidade rock. GNR descarregam os decibéis do rock and roll tropical e “que tudo o mais vá pro inferno.”. Jorge Romão sobe para uma coluna central-recuada, segura com a mão direita o braço do baixo, Rui Reininho ergue o braço direito na sua direcção a marcar o salto do tigre, salta para o centro do palco, a bateria amplia o atrito. Palmas. “Respeitem os animais e as crianças que nós também.”.

GNR, 15 de Agosto, Festas da Batalha @ Batalha (Dedicado a Tóli Cesar Machado, Rui Reininho e Jorge Romão)