ROMANTA
PopBlog
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Ente Querido
O Coliseu do Porto está
com lotação esgotada para celebrar os quarenta e cinco anos de carreira de uma
das grandes bandas deste país: os GNR. Mas ao se abrir o tecelão surgem três
rapazes a substituir os GNR, Lopo Romão, D. Sancho e o António Machado,
acompanhados pela dupla que acompanha o Grupo Novo Rock, Samuel Palitos (há dez
anos na bateria) e o recente Ben Monteiro (nos teclados/guitarras); o público
passa do êxtase para um nervoso miudinho, pois julgam verem a tocar os membros
da banda, e isto sucede durante a primeira canção “Espelho”. Os GNR originais
substituem os GNR infantes; e a partir daqui o concerto ganha uma forma nada
saudosista, mas é inevitável que assim seja, é impossível fugir aos êxitos,
apesar de começarem com “Bem-vindo ao Passado”, que é seguida de “Vídeo Maria”
que leva ao rubro o público, posteriormente “Caixa Negra”, e “Eu Não Sou
Ninguém” conta com a presença em suspenso no palco no interior de uma rede de
um contorcionista; seguem-se três canções extremamente populares, “Sub 16”,
“Mais Vale Nunca” e “Efectivamente” que são cantadas em uníssono com o público,
rendido desde que Rui Reininho, Jorge Romão e Tóli Cesar Machado surgiram em
cena. Rui Reininho dedica “Asas” “para os bombeiros” e o slow pop é acompanhado
com imagens do vídeo clip e ouve-se o canto de voz suave: “as asas servem para
voar”; seguem-se os acordes de “Pronúncia do Norte” que gera que se acendam os
telemóveis e que façam do coliseu um universo estrelado e as vozes suplantam a
do cantor, “é a pronúncia do norte”; destaco ainda “Tirana” a esquizofrénica
“Popless” ou a esvoaçante “Voos Domésticos” ou a pop “Cais”; “Bellevue” é
similar a ferro fundido que vai ganhar uma forma abstracta. “Morte ao Sol” é
uma sentença por cumprir mas que é paradoxalmente cantada pela maioria dos
presentes, “Sangue Oculto” um portento rock. “Las Vagas” é um transcendente delírio
synth pop como se fosse um sonho que gradualmente nos atrofia e
subsequentemente nos liberta e por fim é-nos permitido respirar. “Inferno” de
Roberto Carlos e de Erasmo Carlos é executada como se estivéssemos em LA; a
dupla que encerra a noite é “Ana Lee” e a inevitável “Dunas”, a
primeira revela-se através de um exotismo pop (cantada juntamente com o
público) e a segunda é uma canção de Verão e ao remeter para este universo é de
uma inusitada felicidade.
GNR, “OPERAÇÃO STOP”, 19
de Outubro, Coliseu do Porto, Porto.
domingo, 15 de junho de 2025
sábado, 14 de junho de 2025
The Comedians
Wipeout Beat celebram a edição de “It happens because we are, not because we exist” no Salão Brazil, mas a primeira parte coube aos Caustic, Babe! que se estreiam a sua primeira homónima edição discográfica. Caustic Babe! correspondem ou socorrem-se da new wave para estruturar às suas canções mas ficam a ganhar quando transfere o ruido para a distorção.
Os Wipeout Beat são uma
entidade que poderia constar no interior de catedrais e faze-las arder, dada a frequência
dos teclados que mimetizam de forma naif os órgãos de igreja, e a guitarra eléctrica
exasperante aniquila o passado trazido pelos teclados e recoloca as canções no
século XXI. É nestes dois polos temporais que emergem as suas canções e desta inter-relação
que presente e passado se consomem mutuamente num vigor que não deixa espaço a
que imaginação consiga fugir e exilar-se num país distante. Há uma ilha no
panorama actual da música portuguesa, mas que não é paradisíaca, antes alicerces
contruídos em tempos para aprisionar os que de uma forma ou de outra ignoram os
Wipeout Beat.
Wipeout Beat + Caustic, Babe!,
14 de Junho, Salão Brazil.
segunda-feira, 14 de abril de 2025
domingo, 13 de abril de 2025
Fuck the World
Victor
Torpedo and The Pop Kids sobem ao palco do Salão Brazil em
Coimbra onde apresentam o último álbum “Fuck the World”. E a música versa sobre
a decadência a que este mundo tem resvalado, década após década, e que está
patente como exemplo em “Society”, o primeiro single a ser extraído do álbum
acima descriminado. Não há neste concerto lugar a tristeza ou depressões
descontroladas, antes uma alegria que contamina os ouvintes e os leva a dançar,
pouco lhes importa se o Mundo vai acabar ou se é feito de esgotos e lixeiras a
céu aberto, ou de Ilhas desertas contaminadas com uma fauna de doentes mentais.
É certo que a movimentação do Victor Torpedo e do seu saxofonista entrando pelo
publico adentro tipo espalha-brasas incita-o a movimentarem-se como que a
acorda-los da hipnose que música provoca. A música sublinha a pop mas uma pop
que se deixa contaminar por outros géneros musicais como o ska, mas tudo
misturado de forma a que haja um equilíbrio entre as diferentes influências, e
desta forma pode-se declarar que toda a energia que é imposta pelos músicos é
espelhada na música que sofre com a urgência de transformar o Mundo num lugar
onde reina a felicidade.
Victor Torpedo and The Pop Kids, “Fuck the
World”, 12 de Abril, Salão Brazil, Coimbra.
domingo, 23 de março de 2025
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