“Violet como é que se faz?, ´Quando me vens com essas métricas a-b-b, não sejas bué C.C, mas mesmo que não dê, mas como é que é? Porque é que é, como é, quando é,é,é,? Tu vais meter essas FF words, porque esses fins de frase, hoje em dia já enjoam, este é o fim da fase, estruturas que não destoam. Boy, eu vim da base, e as minhas rimas já ecoam`”, e, “tu és muito lento, precisas de muito alento para teres o meu talento”, “essa cabeça é monocórdica”, e as A.M.O.R questionam-se: “Será que já ouvi algo parecido?”. São um duo de Alcântara, “elas dançam como eles, cantam como eles, mexem-se como eles, até se vestem como eles”. Quando as vozes de Mi e da Violet se entrelaçam as canções ganham um dinamismo hip hop sedutor, com uma produção imagética do Bronx. “Girls assumam-se como girls que são! Quero ver little sisters em total comunhão, com quem está nas listas de artistas no feminino, eu só te peço que insistas, que tornes o macho num menino”. A revolta das A.M.O.R em “Abecedário”, “eles cagam na cena”. “Cor-de-rosa” é uma obra extremamente ousada e exuberante, estranha e simultaneamente extravagante, as vozes e os beats conjugam-se com a melodia, ora pop sintético, ou, gansta-rap com reminiscências de LL. Cool J., quando era produzido por Rick Rubin em Nova Iorque. Algo que é evidente em “1”, recuso transpor o texto e relatar o circuito das vozes. “O que é que fizeste a cinco de Outubro? Estavas a leste e nós ao rubro”, e, “nós com a agenda vazia o que é que a gente fazia? Vamos mudar a vida em só um dia. Já sei, borá lá ser MCs. Não sei, mas temos raiz? Ouvimos. Conhecemos. Decoramos, yeah nós somos bué rapers! Não temos beats! Temos the beat generation. Não temos griefts!”, “só? Yeah, só? Um ano. Ooooo. Um ano. Oooo. Escrevemos grande letra, arranjamos um grande beat, chamamos-lhe ´Abecedário` e foi um grande hit. Rádios pediram o som. Djs pediram o som! Já nos pagavam copos”. A.M.O.R, “chegou a Inglaterra, Alemanha e Brasil, agora estamos na berra mas chill. Primeiro concerto foi desconcertante, apareceu tanta gente que a porta fechou antes, e quem ficou de fora esperou mais de uma hora, só para nos ver, antes, de irmos embora. Naturalmente convidaram-nos para um segundo gig”.
“Cor-de-rosa” é um CD-R que agrupa três originais e duas remisturas de “Reality Check”, na capa consta um bebé e uma criança, sobre os seus rostos encontra-se grafitado a cor-de-rosa: A.M.O.R. A banda terá álbum em 2010, o que parece longínquo e incómodo esperar por algo tão sexy. Este Verão é abalado com estas canções e que sugere, “ao contrário do que dizias, A.M.O.R é eficiente”, descarreguem da net para o Ipod, Iphone, telemóvel, ofereçam a amigos o futuro do hip hop.
A.M.O.R, “Cor-de-rosa”, edição de autor.