Manuel de Brito (1928/ 2005) foi proprietário da Galeria 111, desde 1964, onde expunha autores de vanguarda como Noronha da Costa, Mário Botas, Nikias Skapinakis, Jorge Martins, e Paula Rego. Algo, que foi representativo da sua capacidade de reconhecer antecipadamente o valor estético desta artista, que na década de setenta construía os seus trabalhos através de colagens soturnas e agressivas. Não são essas as obras que constam na exposição colectiva, no Centro de Arte Manuel de Brito, mas antes aguarelas com capítulos de Lewis Carroll. Veira da Silva crava no papel uma fachada de um edifício da Mouraria, ou, o silêncio em dois trabalhos monocromáticos de azul e cinzento de Fernando Calhau. Nesta colectiva, constam os artistas plásticos portugueses mais representativos de cada tendência estética, dos últimos trinta e três anos de democracia. A exposição denomina-se: “100 artistas à Volta do Papel”, este suporte é picotado, esculpido por José de Guimarães numa mascara tribal. O Marchand doou a sua sumptuosa colecção a Oeiras, instalada num Palácio neo-colonial azul com excertos para ganhar espaço de museu. As obras apresentadas (uma infima parte de todo o acervo), apesar de serem de autores díspares, sobrepõe-se uma narrativa e isso é que lhe dá vida.
Em Outubro estará Paula Rego a ocupar a totalidade das seis salas.
12 de Julho, Centro de Arte Manuel de Brito, “100 Artistas à Volta do Papel”, patente de 31 de Setembro a 21 de Setembro