Maria Helena Vieira da Silva é o centro da exposição denominada, “A intuição e a Estrutura”, que partilha com Torres-García. A maioria das obras pertencem à artista portuguesa, particularmente a década de trinta, quando ainda procurava algo que desconhecia: relacionamento com a arquitectura. Esta forma de arte que é na sua essência uma teia complexa de elementos que se conjugaram com a história ou se estabeleceram de forma dissonante, desde as cavernas até hoje, o seu percurso tem sido determinante para o crescimento do homem com a realidade. Vieira da Silva, exibe os trabalhos de cariz expressionista, figuras de tronco e meio, rostos; desenhos onde se descobre a sua escrita a tentar romper com os preconceitos que a prendiam a um meio estético que a estava a aprisionar. Estes esqueletos já prenunciam os grandes e complexos interiores/exteriores com diversas perspectivas e paradoxais campos de fuga. É o erigir de uma estética, analítico -sintética para com a arquitectura, o espelhar de um pensar repleto de elementos obscuros e que a inconsciência dá a conhecer à sua consciência. Passear pelas salas destinadas à sua obra é conhecer uma alma extravagante, que encontra como “duplo” Joaquím Torres Garcia, um futurista, que explora nas telas estruturas arquitectónicas, assim, como construía pequenos módulos bidimensionais, que questionavam a raiz desta exposição: arquitectura.
“A intuição e a Estrutura” de Torres-García a Vieira da Silva, 1929-1949. 10 de Janeiro, Centro Cultural de Belém, patente de 04 de Dezembro a 25 de Janeiro de 2009.
A fotografia ocupa várias salas do Centro Cultural de Belém, agrupadas por géneros: “Espaços Lugares e Objectos”; “Conceitos e Ideias e Críticas”; “Sociedade e Vida Urbana”, desta forma é possível ao espectador situar-se e orientar-se no meio desta malha de fotografias. Há obras de Nan Goldin ou de Helena de Almeida, de Cindy Sherman ou Thomas Themand, estão registadas encenações díspares, os corpos, as relações dos edifícios, a luz, o nu, o homem, florestas, ilusões e mais ilusões. Podem escolher à vontade, destruir ou até acender um foco sobre cada pormenor distorcido. Muitas são familiares, por causa do curador Delfim Sardo, que assina um texto semanal na revista Única do EXPRESSO onde faz de mestre-de-cerimónias. Como em tempos referiu, “é algo que eu gosto de fazer: escrever uma pequena história sobre uma imagem”. Visitem a Colecção Banco Espírito Santo, a exposição denomina-se “O Presente: Uma Dimensão infinita”, e escrevam a vossa narrativa.
BESart, Colecção Banco Espírito Santo, “O Presente: Uma Dimensão Infinita”. 10 de Janeiro. Patente de 24 de Dezembro até 25 de Janeiro de 2009.