sexta-feira, 18 de março de 2011

Wolf

Joan as Police Woman entra em palco a falar com os seus dois músicos de palco, o baterista, que poderia ser o trunfo do concerto, caso não estivesse pedrado. É possível que tenha cheirado o ar poluído que Cacia espirra sobre Estarreja, o Cine encontra-se a um quarto da sua capacidade. E o teclista que é por vezes, o fio condutor entre os dois, contudo é maioritariamente subalterno outras poético. Joan, vestida the catwoman: macacão de cabedal preto, botas pretas, casaquinho de cabedal vermelho. A dominatrix da narrativa que domina um teclado ausente e uma voz que quando se eleva sobre as notas das canções, mesmo que estas sejam medíocres, a voz ganha sempre. De realçar que os técnicos de som contribuíram para tornar por vezes o concerto inaudível. Joan sobre o teclado tem dois microfones, canta deslocadamente a tentar acertar com o ritmo de “Magic”, uma canção que Britney Spears não desdenharia, não precisaria de voltar de vender a vagina. “Chemmie”, Joan aproxima-se da guitarra, coloca-a ao ombro, e coloca a sua boca de piranha de lábios pintados de rubro: “Coucou, right!”, gritos do público, “UUUU”, “only animals sounds tonight”, “I allways felt childish”. E apresentam “Chemmie” numa cadência blues old school, descai para a pop incaracterística, pop-vazia, a voz entre o macho e a fêmea: “Down”, os acordes são percorridos pelo baterista através dos pratos e a massa sonora ganha sobre o princípio e o meio. “HWW”, baixo samplado, “AAAAAA”, “Make you mine”, “AAAAAAA”, joan dedilha a guitarra como se fossem acordes de Jef Buckley, que era seu amante, aquando do seu afogamento no rio Wolf, afluente do Rio Mississípi em 1997. “Anyone”, “junkies”, “I won`t cry”, soul da Motown Records, lentamente a vomitar os dejectos, “”I feel”, “I want you”, “feel”, “for me”, “free back from the city”, “desire”, “secret”, choro, “now you”, “I `m ready to show you, how do I feel”, “you are…”, “It`s been a long time”, a lámuria do coro: “OoOOOOOOOO”, linear, Joan: “”AAAAAAAAA”, falsetto, “AAAOOOOOOAOO”. Na segunda parte desta canção, a bateria acerta no equilíbrio entre os teclados, de um sai algo inaudível, “cause anyone can see”, “anyone can see trought me” e acabam conjuntamente. “Run for Love”, bateria, 2X2, teclados progressivos com efeitos psicadélicos, “I fly”, coro: “OOOO Won`t you see”, Joan: “I want to talk about the future”, “make love”, canto desconcertante possuído, coro, “Won`t you see”, Joan: “AAAAA”, teclado em loop, “you can call me criminal”, “stop so easily”, rock-blues. “Flash”, “slow the clouds”, imaginem um céu com nuvens a flutuar no céu, que escarram: “I have a flame”, em sussurro: “flame”, “ooOO”, “feel”, “I have a flame”, incontestavelmente fantasmagórico, com tensão. “Nervous”, a canção tem um ritmo de discoteca onde se instaura o bacanal, coro: “SEEE”, Joan “long ago”, solo do teclado, orgão, “rape me”, teclado fantasmagórico, “but you said, you want a friend”, coro: “you see”, Joan artilha o braço da guitarra, coro: “OOOO”. As unhas vermelhas de Joan sobem a escala do braço da guitarra e incendeia-o com distorção, e a partir do maneio da guitarra o seu corpo contorce-se ligeiramente, lentamente ou rapidamente, pouco importa. Dirige-se desta forma ao público, penitente de Estarreja: “You are OK? In your seats?”, erótico. “Save me”, blues com break-beats, “I Don`t want to live for tomorrow”. Décimo tema: “Kiss”, começado com conversa entre Joan e o baterista, “I find in the morning”, blues linear, “forever”, “chance forever”, “Is she in Love? I think I `m in Love”, “turn in the sky”, “loooove”, “dream” linear. Joan: “This is our five show in Portugal, that`s nice. I have to say that I never been here before. But it`s lovely. I `m terrify to say the name of your town. But the people in Guimarães teached me, last night” e expira num sussuro grutural: “Estarrejaaaa”.

“The Deep Field”, Joan as Police Woman, 17 de Março Cine Teatro de Estarreja @ Estarreja