segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
domingo, 28 de dezembro de 2014
The Beauty and the Beast
Estão dois Robots humanos nos respectivos teclados, atrás dos quais se encontra um ecrã, e os sons que emanam são profundos mas simultaneamente leves. A programação festiva é tolhida por uma melancolia decadente que é introduzida pelo teclado, surge Tracy Vandal de vestido com lantejoulas até aos joelhos, é magra e o seu rosto é de um esmalte claro com lágrimas sob as pupilas, a sua voz é melodiosa: “Take me in my arms”, é alegre “of the night”, e festiva quando determina “free and nake”, os Robots estão isolados dos distúrbios românticos de Tracy Vandal, “moon”, e quase num sussurro: “like we dance before”, num eco: “night”. Tracy Vandal desloca-se para o ecrã e os Robots sustêm o negrume da melodia e quando as cores se revelam trazem consigo raios que perfuram nuvens brancas carregadas de algodão doce cor-de-rosa. O canto de Tracy Vandal é o de um corvo que assinala a chegada da Primavera “we ran free and nake”, e o pássaro ganha corpo de ícaro que esvoaça em direção da lua cheia e canta: “straight to the stars”, “where we could run free and nake just you and me”. Palmas. Tracy Vandal ironicamente deprecia o “Karaoke” do Rei de Coimbra a Capital do Rock, Victor Torpedo que nesta narrativa representa a beast: “I`m not Vic and Karaoke! I`m Tracy Vandal!”. As teclas impõem um andamento pausado e a voz de Tracy Vandal é diáfana “off this city”, a profusão das programações mergulhadas numa progressão de nevoeiro assassino emolduram um filme absurdo que é projectado no ecrã. Tracy Vandal confidencia como se estivesse como interlocutor David Foster Wallace: “In this quiet hill none can hear my scream”, e um punhal perfura o peito de um imberbe virgem, o ritmo que liberta as máquinas é cadente e consequentemente opressivo. A ode à morte é perpetuada no verso: “and I want slowly fade away”. Os teclados rejeitam uma melodia aparentemente e paradoxalmente alegre mas que na verdade representa a luz post-mortem. O canto de Tracy Vandal é aveludado: “I wash until they fall into the night”, “I won`t be their to catch me”, desloca-se para a frente do ecrã, as programações ganham um dramatismo épico, de costas para o público abre os braços com os quais desenha uma cruz e das suas mãos chagadas pinga um sangue vermelho tinto, quando se aproxima do tripé na boca de cena canta através do microfone: “to catch you”, “circles around my eyes”, os robots impõe um crescendo arrepiante entre o filme negro e o musical de Hollywood, “I wash as you fall into the night”, a promessa é cantada por entre o lirismo tecnológico: “I won`t be their catch it”. Palmas. Tracy Vandal confidencia à pequena multidão: “I forgot to explain. First you fall in love and you get him. Second you get into pressure. Third you go to the beach and you want to die. This song is call ´Once a Sunset`”. As máquinas apropriam-se de um ritmo pausado, a voz de Tracy Vandal expele as palavras lentamente e penetrantemente: “Where I can hear you?”, “every piece of me, try not to try a smile”. Quando o refrão é repetido quatro vezes: “I remember once a sunset”, e a voz relata: “and I fall in the floor”, a melodia exalta-se inserindo um kitsch Pop, “anymore”, “somehow more than I can tell”. A Tracy Vandal descreve-se, “I remember once a sunset”, as programações mergulham no mar morto onde flutuam obrigatoriamente os corpos vivos ou mortos, brancos ou verdes e inchados com os olhos salientes das órbitas. “I can feel”, ouve-se o metal a bater no metal, “for me”, como se fosse o ritmo de uma dança fúnebre numa sociedade pós-industrial, “I can fell a darkness”, a batida dos ponteiros marca a passagem do tempo psicológico, “take my soul away”, a voz de Tracy Vandal é de um cisne branco pintado por Henri Rousseau, “my soul away”. Palmas. A quarta canção “was written by me and João Rui”. Os sintetizadores emanam dos teclados uma melancolia que se expande levemente, mas Tracy Vandal desconcentrar-se acidentalmente: “Sorry can we start again? I fucked up because I wans`t hearing” os Robots param e retomam a métrica inicial: o da esquerda insere os sons flutuantes e o da direita as notas de um piano melancólico. Tracy Vandal canta como se estivesse a contar uma lullaby, “I hear a voice”, “of this words”, a relação entre piano e sintetizador encontra uma expressividade dramática, “across the moon”, a voz ecoa, “was a strong”, o piano mantém a melodia outonal, “into the night”, “last time I remember”, “away from this world”, “across this room”. Palmas. “Thank you! Who do you want to kill? This next song is ´X Codes`”. A programação dos teclados é ascendente com um beat digital, “you have to kill your sadness”, a voz de Tracy Vandal revela uma angustia urgente, “my soon”, o ritmo digital é mais intenso como se fosse o tempo psicológico estivesse dominado pela ansiedade, “is a heart to follow, I will crash your sorrow”, “please stay”. Os Robots lançam uma cadência festiva de parada gay e a voz de ordem de Tracy Vandal é alta e consequentemente sobrepõe-se aos beats: “There`s only one way to get me”, as programações contém-se, “directions”; “a kiss is all that I want”, e por fim os robots ejaculam, “directions”, “a kiss is all that I want”, há uma ascendência rítmica promovida pelas programações, “and roll on the floor”, surgem a densidade cromática e as palavras determinadas, “we have to work it out”; e durante o beat Tracy Vandal é peremptória: “A kiss is all that I want, a kiss is all that I want, a kiss is all that I want”. Palmas. Tacy Vandal: “I`ll do the favor of not talk in portuguese”, “this song is call ´Fake`”. Os Robots impõe um ritmo curto e acelerado de discoteca de Ibiza onde dança sobre as colunas o Homem Aranha, “try to forget”, “try”, “remember”, a discoteca está comprometida com a lascívia que emanam das mulheres nuas. “You wish you where dead”, “so go go, I feel sick”, “so go go, up your face”, as programações revelam uma densidade de happy hour, “you are”, e o beat é promiscuamente kitsch, “that song you have to give”, no ecrã surgem figuras a preto e branco a contrabandear E, “go go”, “up your face”, “I get sick”. Palmas. “This next song is a very quiet song”; “It´s call ´One Second`”. A programação suspende-se como se fosse uma alma a emanar de uma recém-nascida e o teclado é cadenciadamente e melodicamente depressivo, no ecrã surgem vultos negros, a voz de Tracy Vandal é o de uma menina que vê o seu mundo a diminuir e o seu corpo a crescer e que alimenta o amor platónico por um anjo gótico, “one second to hold you”, “no matter”, o teclado sobrepõe-se à narrativa e cresce uma melancolia embebida num lago de cristais negros, “one second to hold you”, a programação irradia uma coloração de cadência dormente, “it doesn`matter ooo”, o teclado insere as notas de insulina e a programação adormece a menina. Palmas. “This next song is call ´If You Forget Me`”. O teclado grave e repetitivo é pontualmente polvilhado pelo sintetizador, Tracy Vandal olha para o seu reflexo: “you are fine to me”, “beautiful face again”, o teclado imita o timbre do cravo e oferece à canção uma espiritualidade Pop kitsch. Tracy Vandal canta lentamente: “pictures”, “streets and doorways”, sobre a densidade quase operática imposta pelos Robots. Palmas. “Last song”. “If you don`t go home and kill yourself”, “this song is call ´Last Take`”, “this song is about to die”. “Thank you for coming everyone”. A programação negra e profunda é acompanhada pelo teclado de melodia Pop, mas Tracy Vandal pede: “We are going to try this one again”, os robots param as suas maquinas psiconautas. Por fim retomam “Last Take” e a melodia que transcrevem é o namoro de um corpo com a sua alma, “the desire to die came from nowhere”, “the desire to die”, no seu canto há uma volatilidade que impregna o Salão Brazil de um esoterismo fúnebre, “and nothing”; “she belongs to anyone” os Robots são narradores flutuantes e a voz é delicada e sincera como um sussurro pecaminoso: “but the only words she could say was ´last take`”. Palmas.
A próxima estrela da noite é Victor Torpedo que sobe ao palco do Salão Brazil vestido de fato escuro e luvas de cabedal pretas como é apanágio de um mafioso prestes a cometer um crime banal. As colunas debitam uma música dançável e no ecrã dançam jovens, Victor Torpedo canta e prevê que “you are so dead”, as guitarras eléctricas e do baixo eléctrico derivam do movimento Madchester, “so dead”, a repetição dos seus acordes convidam à dança e o seu mais ilustre representante é Victor Torpedo, “ignore the city”, meneia as ancas antes de cantar os versos punks: “I`m sick of the city, I`m sick of the world”, dança absurdamente ao ritmo das guitarras e do baixo + bateria e do sintetizador que gingam alternadamente. A segunda canção é iniciada por uma pergunta de Victor Torpedo: “Tá tudo bem?”. A pulsão do baixo eléctrico é o elemento que conduz gradualmente para um groove ciber-kitsch, “to go”, o microfone parece que esta a ser arremessado contra o chão e daí resulta um estoiro metálico. Victor Torpedo revela a selva em que estamos inseridos: “People kill people”, “die”, o groove toma conta da consciência dos presentes através da sua festividade repetitiva com a devida disruptiva promovida pelo sintetizador, “People kills people”, “die”. Antes da terceira canção, Victor Torpedo sentencia sobre a beauty: “A Tracy não canta nada, eu é que canto melhor!”. Os sintetizadores introduzem uma melodia alegre, “dream about life”, Victor Torpedo no meio do público beija um dos espectadores, “like you and me”, há um solo de uma guitarra eléctrica alicerçada num ritmo binário, a festividade Pop domina-a como se fosse um fugaz encontro entre o homem e a felicidade, “like you and me”. Victor Torpedo aproxima-se do público, “like you and me”, “full of dreams”, “about life”, empunha o microfone a um fã que canta: “About life”. A quarta canção tem como princípio o riff de um baixo eléctrico e o sintetizador polvilha-a de uma vertente puramente dançante. No ecrã está um homem musculado seminu a fazer inchar os seus músculos picados por seringas hipodérmicas com hormônio do crescimento. “Loose control”, “they are calling for us”, os sintetizadores revertem-na para um travo de danceteria decadente da década de noventa, “happy in this land”, “loose control”, solo da guitarra eléctrica e do baixo eléctrico convergem para um madchester rock and pop-roll, “people care about”. Das mãos do homem musculado verte um sangue de poupa de tomate. Palmas. A quinta canção tem a premissa do baixo eléctrico que é preponderantemente pontuada pela caixa de ritmos, “go to a place that I konw”, Victor Torpedo despe o blazer, “people to bite”, surgem samurais no ecrã, “I know”, a melodia é Pop com assomos de um low beat contínuo que enfurece o Rei da Capital do Rock: “you control me”. A sexta canção mistura as programações com o baixo eléctrico, “their`s a way”, a voz de Victor Torpedo tem os trejeitos de um crooner sem abrigo, no ecrã surge Elizabeth Taylor no papel Cleópatra num palácio dourado que se derrete com os raios do deus Sol, “crime”, que recusa “a life of crime”, a Pop é um estado de alma profundamente decadente. Palmas. O Rei de Coimbra é um rebelde: “A minha mãe, desde os meus catorze anos, que diz que eu não canto um caralho!”, dedica a sétima canção a “todos os emigrantes”. O baixo eléctrico e as guitarras semi-distorcidas repetitivas transpõem uma Pop dependente da década de noventa. “Wind”. “Fresh desire”. Antes da oitava canção Victor Torpedo avisa: “Isto está quase a acabar!”. A programação em loop corresponde a uma melodia dançável que injecta sincopadamente uma festividade desarmante: “my eyes”, “TV”, no ecrã um gordo de cuecas tenta apanhar um homem magro e minúsculo de cuecas, um é a ratazana o outro um gato branco. Na nona canção o baixo eléctrico inscreve uma métrica repetitiva e que é quase negra, “that love sucks”, o sintetizador retira-a da dor e impregna-lhe uma melancolia determinada, no ecrã uma mulher armada escala um rochedo do qual cai, a guitarra eléctrica sola agudamente, “I belive in what you say”, e as guitarras versam um universo Pop que não a libertam de uma tristeza endógena. Palmas. Victor Torpedo é perentório sobre a popularidade da décima canção: “Os meus fãs sabem esta!”. Esta denomina-se de “Only Gosts” que tem um groove em que perdura uma bipolaridade entre a Pop e a dance music da década de noventa do século XX promovida através de low fi. Victor Torpedo enquanto dança passa o microfone a membros do público, “it`s only gosts”, no ecrã surge uma cria elefante num jardim-de-infância, “a picture on the wall”. A próxima canção é “Meet my Tribe” e Victor Torpedo discursa no imperativo: “Esta é a última depois toco mais quatro ou cinco!”. O loop que a perpassa é um afro-beat, “Meet my tribe”, no ecrã surgem afro-americanos que dançam freneticamente e fazem baloiçar as suas cabeleiras do movimento bombista os Panteras Negras, eco: “Meet my tribe”, “OOOO”. Palmas. Victor Torpedo determina: “Isto acabou! Querem mais?”. A programação da décima segunda canção deriva de uma relação entre o MDA e a água resultando numa inconsciente leveza do ser e consequentemente promove a deflagração da inexistência de constrangimentos morais, o Rei da Capital do Rock encontra-se no meio do povo com os quais delira: “OOO”. A décima terceira canção é apresentada por Victor Torpedo da seguinte forma: “Querem mais? Esta música é a última! Depois toco mais duas ou três”. Corresponde a uma sátira ao twist, “OOO”, surgem no ecrã chineses vestidos de cabedal com poupas hiperbólicas que dançam ao despique, “auu”, “AHAHH”, “common”, o twist acelera e ganha uma proporção de trip do absurdo, um homem nas cavalitas de um outro surgem espontaneamente no palco. A décima quarta canção é melodicamente melancólica, “let`s make some love”, no ecrã aparecem cadáveres de militares americanos num teatro de guerra vietnamita, as guitarras reverberam como ecos de uma última valsa. A décima quinta canção denomina-se de “Il Est Deja Trop Tard” e o Rei de Coimbra faz um apelo sentido: “Conduzam com calma, vocês são uns alcoólicos!”. Tem um groove das caraíbas, no ecrã uma loura espampanante olha para o público que observa Victor Torpedo que canta: “Il est deja trop tard” como se fosse uma confissão de um boémio que recusa partir para casa. A repetição de “il deja trop tard” e dos respectivos acordes podem incutir a hipnose, logo a canção está proibida de ser ouvida por menores, “I love Coimbra”. Victor Torpedo empunha o microfone a uma mulher de cabelos lisos que vibra com a canção e aceita o repto e canta: “Il est deja trop tard”. O Rei da Capital do Rock despede-se dos fãs: “Au revoir mês amis”.
Tracy Vandal and The Robots, “The End Of Everything” + Victor Torpedo, “Karaoke”, 26 de Dezembro, Salão Brazil @ Coimbra
A próxima estrela da noite é Victor Torpedo que sobe ao palco do Salão Brazil vestido de fato escuro e luvas de cabedal pretas como é apanágio de um mafioso prestes a cometer um crime banal. As colunas debitam uma música dançável e no ecrã dançam jovens, Victor Torpedo canta e prevê que “you are so dead”, as guitarras eléctricas e do baixo eléctrico derivam do movimento Madchester, “so dead”, a repetição dos seus acordes convidam à dança e o seu mais ilustre representante é Victor Torpedo, “ignore the city”, meneia as ancas antes de cantar os versos punks: “I`m sick of the city, I`m sick of the world”, dança absurdamente ao ritmo das guitarras e do baixo + bateria e do sintetizador que gingam alternadamente. A segunda canção é iniciada por uma pergunta de Victor Torpedo: “Tá tudo bem?”. A pulsão do baixo eléctrico é o elemento que conduz gradualmente para um groove ciber-kitsch, “to go”, o microfone parece que esta a ser arremessado contra o chão e daí resulta um estoiro metálico. Victor Torpedo revela a selva em que estamos inseridos: “People kill people”, “die”, o groove toma conta da consciência dos presentes através da sua festividade repetitiva com a devida disruptiva promovida pelo sintetizador, “People kills people”, “die”. Antes da terceira canção, Victor Torpedo sentencia sobre a beauty: “A Tracy não canta nada, eu é que canto melhor!”. Os sintetizadores introduzem uma melodia alegre, “dream about life”, Victor Torpedo no meio do público beija um dos espectadores, “like you and me”, há um solo de uma guitarra eléctrica alicerçada num ritmo binário, a festividade Pop domina-a como se fosse um fugaz encontro entre o homem e a felicidade, “like you and me”. Victor Torpedo aproxima-se do público, “like you and me”, “full of dreams”, “about life”, empunha o microfone a um fã que canta: “About life”. A quarta canção tem como princípio o riff de um baixo eléctrico e o sintetizador polvilha-a de uma vertente puramente dançante. No ecrã está um homem musculado seminu a fazer inchar os seus músculos picados por seringas hipodérmicas com hormônio do crescimento. “Loose control”, “they are calling for us”, os sintetizadores revertem-na para um travo de danceteria decadente da década de noventa, “happy in this land”, “loose control”, solo da guitarra eléctrica e do baixo eléctrico convergem para um madchester rock and pop-roll, “people care about”. Das mãos do homem musculado verte um sangue de poupa de tomate. Palmas. A quinta canção tem a premissa do baixo eléctrico que é preponderantemente pontuada pela caixa de ritmos, “go to a place that I konw”, Victor Torpedo despe o blazer, “people to bite”, surgem samurais no ecrã, “I know”, a melodia é Pop com assomos de um low beat contínuo que enfurece o Rei da Capital do Rock: “you control me”. A sexta canção mistura as programações com o baixo eléctrico, “their`s a way”, a voz de Victor Torpedo tem os trejeitos de um crooner sem abrigo, no ecrã surge Elizabeth Taylor no papel Cleópatra num palácio dourado que se derrete com os raios do deus Sol, “crime”, que recusa “a life of crime”, a Pop é um estado de alma profundamente decadente. Palmas. O Rei de Coimbra é um rebelde: “A minha mãe, desde os meus catorze anos, que diz que eu não canto um caralho!”, dedica a sétima canção a “todos os emigrantes”. O baixo eléctrico e as guitarras semi-distorcidas repetitivas transpõem uma Pop dependente da década de noventa. “Wind”. “Fresh desire”. Antes da oitava canção Victor Torpedo avisa: “Isto está quase a acabar!”. A programação em loop corresponde a uma melodia dançável que injecta sincopadamente uma festividade desarmante: “my eyes”, “TV”, no ecrã um gordo de cuecas tenta apanhar um homem magro e minúsculo de cuecas, um é a ratazana o outro um gato branco. Na nona canção o baixo eléctrico inscreve uma métrica repetitiva e que é quase negra, “that love sucks”, o sintetizador retira-a da dor e impregna-lhe uma melancolia determinada, no ecrã uma mulher armada escala um rochedo do qual cai, a guitarra eléctrica sola agudamente, “I belive in what you say”, e as guitarras versam um universo Pop que não a libertam de uma tristeza endógena. Palmas. Victor Torpedo é perentório sobre a popularidade da décima canção: “Os meus fãs sabem esta!”. Esta denomina-se de “Only Gosts” que tem um groove em que perdura uma bipolaridade entre a Pop e a dance music da década de noventa do século XX promovida através de low fi. Victor Torpedo enquanto dança passa o microfone a membros do público, “it`s only gosts”, no ecrã surge uma cria elefante num jardim-de-infância, “a picture on the wall”. A próxima canção é “Meet my Tribe” e Victor Torpedo discursa no imperativo: “Esta é a última depois toco mais quatro ou cinco!”. O loop que a perpassa é um afro-beat, “Meet my tribe”, no ecrã surgem afro-americanos que dançam freneticamente e fazem baloiçar as suas cabeleiras do movimento bombista os Panteras Negras, eco: “Meet my tribe”, “OOOO”. Palmas. Victor Torpedo determina: “Isto acabou! Querem mais?”. A programação da décima segunda canção deriva de uma relação entre o MDA e a água resultando numa inconsciente leveza do ser e consequentemente promove a deflagração da inexistência de constrangimentos morais, o Rei da Capital do Rock encontra-se no meio do povo com os quais delira: “OOO”. A décima terceira canção é apresentada por Victor Torpedo da seguinte forma: “Querem mais? Esta música é a última! Depois toco mais duas ou três”. Corresponde a uma sátira ao twist, “OOO”, surgem no ecrã chineses vestidos de cabedal com poupas hiperbólicas que dançam ao despique, “auu”, “AHAHH”, “common”, o twist acelera e ganha uma proporção de trip do absurdo, um homem nas cavalitas de um outro surgem espontaneamente no palco. A décima quarta canção é melodicamente melancólica, “let`s make some love”, no ecrã aparecem cadáveres de militares americanos num teatro de guerra vietnamita, as guitarras reverberam como ecos de uma última valsa. A décima quinta canção denomina-se de “Il Est Deja Trop Tard” e o Rei de Coimbra faz um apelo sentido: “Conduzam com calma, vocês são uns alcoólicos!”. Tem um groove das caraíbas, no ecrã uma loura espampanante olha para o público que observa Victor Torpedo que canta: “Il est deja trop tard” como se fosse uma confissão de um boémio que recusa partir para casa. A repetição de “il deja trop tard” e dos respectivos acordes podem incutir a hipnose, logo a canção está proibida de ser ouvida por menores, “I love Coimbra”. Victor Torpedo empunha o microfone a uma mulher de cabelos lisos que vibra com a canção e aceita o repto e canta: “Il est deja trop tard”. O Rei da Capital do Rock despede-se dos fãs: “Au revoir mês amis”.
Tracy Vandal and The Robots, “The End Of Everything” + Victor Torpedo, “Karaoke”, 26 de Dezembro, Salão Brazil @ Coimbra
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
Textos Malditos
Os próximos convidados dos D3Ö são “os nossos amigos A Jigsaw”, “um caloroso aplauso para os A Jigsaw”. Palmas. Os A Jigsaw são uma dupla máscula constituída por João Jorri e de João Rui e este último queixa-se: “Faria para o ano dez anos que eu cantava sentado”, numa cadeira onde dedilha uma guitarra acústica e canta as suas baladas neo-negras, “mas estes gajos!” impediram-no de alcançar essa proeza e somente por isso os D3Ö mereceriam uma placa com o seu nome numa rua transversal à rua direita. “Night Before” é marcada por variáveis egocêntricas por parte do teclado de João Jorri, as guitarras dividem-se metricamente: uma é dantesca a outra convertida a um Diabo desconhecido. A voz de João Rui é grave e funda “fever”, o teclado de João Jorri anula-se para deixar as guitarras vaguearem como um unicórnio bicéfalo. “Strange guy”, “I have to try” , o solo do hammond é de facto pernicioso por evocar uma beleza inalcançável. Após a pausa o quinteto mistura-se e promove um caldo pronto a ser injectado numa veia azul, “I say yeah”, “it`s true”. Os A Jigsaw mantêm-se no palco juntamente com os D3Ö: “Lá ao fundo percebem o que eu digo?”. Em “Take this Love” o ritmo é quatro por quatro e a guitarra eléctrica de Toni Fortuna introduz os acordes que gradualmente a dominam com um torniquete torturador com a cumplicidade da guitarra eléctrica de Tó Rui. A voz de João Rui é funda: “for me”, “for me”, o recrudescer do ritmo ergue uma estrutura Rock and Roll, “why they say?”, e o teclado de João Jorri é pontual a emergir da rugosidade rock, “all the boys and the girls”, a constância rítmica emoldura a voz de João Rui, “hold you tight”, “no matter what they say”. Para anular a “frustração da redução de pessoas em palco, vamos chamar um outro trio, senhores e senhoras os Birds Are Indie”. “Uma salva de palmas para estes três senhores”, um dos quais é uma jovem tímida que se ocupa do teclado, um outro da guitarra acústica e da voz e ainda há quem empunhe um baixo eléctrico. Em “On The Age” o tempo que é estabelecido pela bateria de Nito é Pop, a voz é a de um jovem tristonho perdido propositadamente no caminho para casa, “standing all day”, o baixo eléctrico tonifica-a com uma profundidade Pop e o teclado é apenas um fantasma sóbrio. “Over my skin”. A contenção dos D3Ö sustenta a delicadeza das harmonias dos Birds Are Indie e evitam que “On The Edge” vacile numa melancolia Pop e desta relação há um fogo preso eternamente belo. Palmas. Ricardo Jerónimo dirige-se directamente em voz alta ao público: “Queríamos agradecer aos D3Ö por nos darem a possibilidade de gritar em palco”. Em “Wanna Hold You” são os Birds Are Indie que se impõe através de uma melodia frágil com a cumplicidade da bateria de Nito, que pontualmente é corrompida pelo solo da guitarra eléctrica de Tó Rui. A voz pertence à de Joana Corker: “Talk”. A resposta de Toni Fortuna: “Excuse me?”. Quando “Wanna Hold You” se encontrava em vias de ficar presa a uma monotonia Pop os D3Ö injectam no dreno uma vertigem rock pulverizando os Birds Are Indie. Toni Fortuna encarna num psicólogo rock: “Ninguém tem problemas?”; “a próxima música chama-se ´Too Late`”, e é a segunda e penúltima a ser executada exclusivamente pelos D3Ö. A pontuação da bateria de Nito é quase omnipresente e estabelece uma falsa progressão, as guitarras reviram incidentalmente as cordas e gradualmente impõem-se. O bombo bombeia um passo largo com a flutuação ríspida da guitarra eléctrica de Toni Fortuna sublinhado pelo solo preciso da guitarra eléctrica de Tó Rui. O encurtamento do ritmo oferece um minimalismo rock que perseguido pelas guitarras, “too late”, a comprometem com a usura do rock e isto oferece-lhe um carácter de originalidade. O solo da bateria de Nito confere um assomar de um efeito épico mas que rapidamente é vilipendiado pelas guitarras eléctricas em galope de sangue a inundar o coração. “Too late”. Palmas. Quanto a “Ai Caramba” , “é a primeira vez que a vamos tocar em público”, e para tal convidam o trompetista, “uma salva de palmas para Daniel Tapadinhas”, palmas. As guitarras eléctricas inserem os acordes semi-distorcidos e a trompete de Daniel Tapadinhas soa exoticamente como um shot de mescalina para matar de vez com a consciência ao extorquir-lhe uma alucinação incontrolável, os bombos ressoam à laia de passos de um gigante em vias de extinção. As guitarras repetem as credenciais de um rock profundamente comprometido com uma alienação ditada por uma sociedade alcoolizada. O solo da trompete de Daniel Tapadinhas é o epicentro de um terramoto que nos transpõe para um bar com música de mariachis desterrados de um México onde reina o narcotráfico. “Ai Caramba”. Os D3Ö são os transmissores de uma alegria desmedida alicerçada num absurdo em que eclodem para dominar as fronteiras que regem o Rock and Roll. Daniel Tapadinhas remonta através da sua trompete para um universo bafond chicano e as guitarras revelam-se consequentemente distorcidas, uma das quais emite um solo rock and billy e a bateria de Nito concede uma violência contida. “Diable”. Palmas. Toni Fortuna declara: “Vou tentar cantar a próxima música. Chama-se ´Make It`”. E não dispensa a trompete em surdina de Daniel Tapadinhas que procura revelar-se através da massa sonora repetitiva que as guitarras eléctricas dos D3Ö expelem em bloco, “Make it”, o desenvolvimento desta relação é contínua com Nito a suster os três músicos como se fosse um tapete voador repleto de ervas daninhas. “I want to do it”. A surdina da trompete de Daniel Tapadinhas procura imiscuir-se na vertente rock das guitarras mas a natureza do seu timbre inculca-lhe uma introversão (in)esperda. “I want to do it”. A bateria ergue-se e epicamente alterna com a surdina de Daniel Tapadinhas e os D3Ö encaminham-se alegremente para uma autocombustão desmedida. Para “2Day” Toni Fortuna convida “Raquel Ralha”, palmas, “queria agradecer aos D30 por estar aqui a rockar”. A lógica que a bateria e as guitarras eléctricas estabelecem é o da acumulação de cordes debitados em frequências alternadas. A voz de Raquel Ralha é doce: “Looks fine”. “My way”. “I say today”. As guitarras criam uma malha perturbadora mas simultaneamente sedutora, a voz de Raquel Ralha “shine” mas não rejeita o seu parceiro que a quer abandonar ao abandono, “I say today”, há um recrudescer rítmico dos D3Ö cúmplices com a cantora e sublinham uma estrutura Rock and Roll, “I say today”. Palmas.Toni Fortuna determina que seja “Raquel Ralha” a cantar “Croos The River” e a “Paula Nozarri vai fazer mais uma participação” e apropria-se de um teclado. O ritmo lento da bateria de Nito é inicialmente perturbado pelo jogo ríspido das guitarras eléctricas. A voz da cantora Raquel Ralha é de um timbre quente: “If I can make you happy”, e os D3Ö impõe um Blues atípico, “I can do”, quando surge a vertente rock Raquel Ralha é insensível à dor emanada pelas guitarras. “I can climb a mountain”. Há uma leveza no seu canto que é profundamente sedutor, Raquel Ralha: “Up”. Toni Fortuna: “to the sky”. Um solo arrepia o Blues que remonta empiricamente para o rio Mississippi que espelha um céu clarividente. “Cross the river”. Palmas. “A próxima chama-se chama-se ´Go`” e conta com Paula Nozzari na bateria e com Nito de formação totémica na pandeireta em pé entre Toni Fortuna e Tó Rui. A violência da bateria de Paula Nozzari é um composto determinante para libertar as guitarras numa loucura desenfreada, “I say go”. Sobre a potência rítmica as guitarras progridem em bloco mimetizando o famoso Wall of Sound inventado numa noite toxicómana por um assassino amigo dos Beatles, quando se canibalizam repetidamente, “I say go”. O solo de Tó Rui é um flash de heroína, a bateria reverbera num pulsar de coração alimentado com sangue poluído com pó, “let me”, pausa, “I say go”. Palmas. Toni Fortuna é o psicólogo das massas cor-de-rosa: “Não sei se algum de vocês tem problemas de coração?”. Para “God Knows” convidam Sérgio Cardoso que empunha o baixo eléctrico. Os D3Ö encetam uma estética virulenta, mas o baixo eléctrico de Sérgio Cardoso afoga-se no pantanal decibélico das guitarras, “I have to tell you a secret”. “Say”. Coro: “God kowns”. O solo da guitarra eléctrica de Tó Rui é em crescendo agudo, a bateria de Nito comporta-se como um louco que descobre que a sociedade é um manicómio, o solo em crescendo mantém-se, e a persecução da progressão dos D3Ö associa-se a uma fábula na qual fornicam diabos com hermafroditas. Palmas. Sérgio Cardoso mantém-se em palco juntamente com os D3Ö para tocar “Couldn`t Care at All”. A pontuação acelerada da bateria do monstruoso Nito suporta a aceleração das guitarras semi-distorcidas de Tó Rui e Toni Fortuna e este assegura um solo Rock and Roll mas pigmentado com vermelho negro. “Do it!”; “shake it”; “do it”. Pausa. A demência apodera-se dos D3Ö que não encontram cumplicidade no baixo eléctrico de Sérgio Cardoso, o delay da guitarra eléctrica de Toni Fortuna sobrepõe-se à violência rítmica de Nito que não se subjuga à agressividade da rugosidade das guitarras. Palmas. Sérgio Cardoso continua no palco do Salão Brazil a acompanhar os D3Ö para tocar “Say you Will”. O ritmo binário é potente e sobre o qual as guitarras distorcidamente actuam repetitivamente, “kown”, “ask you”, os D3Ö sustêm as notas, “no way”, “I say you will, I say you will”. Há uma detonação do epicentro dos D3Ö que é rápida e violenta, com uma incisão a sangue frio efectuada pela guitarra solo de Tó Rui. “I say you will, I say you will, I say you will”. Toni Fortuna: “A próxima música nunca foi gravada” e para “Nova Blue” convidam “o senhor Gui Barbosa”. A lógica instituída pelos D3Ö é o Blues com a devida memória sonora instituída pala harmónica de Gui Barbosa, “no”, “I love you”, pausa, “I`m in love with you”, “I love you too”, a harmónica de Gui Barbosa sopra um timbre de metal cromado e o ritmo ganha uma celeridade consistente. Toni Fortuna em regime de spoken word: “bad temper”. E ainda acrescenta: “É um prazer estar aqui com todos vocês”, palmas. Para a penúltima canção “Junior Dady” a bateria de Nito impõe-se através de uma cadência binária, Tó Rui ergue as mãos e bate palmas que são acompanhadas pelo público, os acordes das guitarras eléctricas introduzem uma rispidez de grão de cocaína, “yeah”. Toni Fortuna divide-se em duas personagens vítimas de bipolaridade surge um demente de olhos salientes, a sua boca liberta a língua que anarquicamente se exibe aos presentes, aumenta a altura e consequentemente a violência libertada pelos D3Ö, “inside my head”. Após a pausa o trio de Coimbra acelera virtuosamente como uma bola de speedball, “man”, Toni Fortuna está algures a subir para uma cadeira e a verter a sua esquizofrenia e quando salta explodem as personagens numa erupção que expele uma saliva viscosa de belladonas. A tensão é crescente com o solo de Tó Rui a imiscuir uma luminosidade rasteira mas épica, e os D3Ö transformam-se numa confederação beligerante que impõe a bomba atómica como futuro para a sociedade ocidental. No último tema Toni Fortuna convida para subir ao palco os convidados que o transformam em algo minúsculo e em conjunto encerram festivamente o concerto: “D3Ö and Friends”.
D3Ö & Friends, Love Binder Effect, 19 de Dezembro, Salão Brazil @ Coimbra
D3Ö & Friends, Love Binder Effect, 19 de Dezembro, Salão Brazil @ Coimbra
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
domingo, 7 de dezembro de 2014
Antichrist
Estão no palco mínimo da Havanesa um trio de delinquentes: Victor Torpedo na guitarra eléctrica, Pedro Calhau no baixo eléctrico e Marquis Cha Cha na voz, aos quais se acrescenta uma programação dançante. A massa melódica que daí emana é um groove que sub-repticiamente se apodera do ouvinte e consequentemente o obriga a menear as ancas. De realçar que o Marquis Cha Cha é um homem magro e alto que se encontra envolto uma gabardine castanha, na cara uns óculos escuros sobredimensionados para o seu rosto e na cabeça capucho do Pai Natal. Na quarta canção o Marquis Cha Cha questiona: “Are you ready for the miracle? Are you ready?”, o público responde-lhe com palmas, a melodia remete para os anos oitenta quando nasceu a designação indie no Reino Unido. “I`m yours”. Na quinta canção, quem domina sobre o beat atmosférico é a guitarra western de Victor Torpedo com o devido conluio do baixo eléctrico de Pedro Calhau, durante a qual o Marquis de Cha Cha despe a gabardine e revela o seu corpo branco de pernas felpudas, encobre a pélvis com um body preto que lhe oferece uma adjectivação sexy. A sexta canção tem um beat pesado que é assombrado pelo vocoder grotesco do Marquis de Cha Cha, a guitarra billy de Victor Torpedo flutua por entre as chamas da melodia que é polvilhada por gasolina pelo baixo eléctrico de Pedro Calhau. A sétima canção decorre a partir de uma métrica progressiva Pop: “Secret of life”. A oitava canção tem um pulsar predominantemente pesado e curto e incisivamente minimal com a dupla Victor Torpedo/Pedro Calhau a expurgarem um horizonte tórrido de deserto com um vento soprado por uma “bitch”.A nona canção é de uma métrica hipno-minimal rasgada pela guitarra eléctrica de Victor Torpedo, os PSICOTRONICS desembocam numa foz épica. A décima canção é incansavelmente dançante, cantada festivamente pelo Marquis Cha Cha: “Seat next to me”, “give me all your love”, que é aplaudida efusivamente pelo público, e educadamente agradecida pelo Marquis Cha Cha: “Muchas gracias”. A décima primeira canção é apresentada através de um beat rápido que é musculado pelo baixo eléctrico de Pedro Calhau com um solo imune à mediocridade de Victor Torpedo. A penúltima canção tem uma compleição da década de sessenta “belaparouva” que é divinamente decomposta pelos PSICOTRONICS. A última canção do concerto na Havanesa é de uma estrutura profundamente kitsch destinada para clubs onde se amam anjos puti. Após uma pausa, os PSICOTRONICS são convidados a tocar duas derradeiras canções que sumariamente representam um espírito subliminarmente transgressor e como tal inquiridor da nossa moral cristã.
PSICOTRONICS, 5 de Dezembro, Casa Havanesa @ Figueira da Foz
PSICOTRONICS, 5 de Dezembro, Casa Havanesa @ Figueira da Foz
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